Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Tristes recordes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 2 de fevereiro de 1936, N. 190, pag. 3

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À falta de outros triunfos, a Câmara Federal derrotou, em matéria de abundância de discursos, os mais famosos Parlamentos do mundo. Segundo o “Jornal do Brasil”, os nossos deputados proferiram, na sessão legislativa ora encerrada, 2.892 discursos, o que dá uma média de 20 por dia.

Para produzir igual número de discursos, a Câmara dos Comuns levou vinte anos, a Câmara Francesa dez; a Câmara Italiana sete; e a Câmara Espanhola (fácil será imaginar a loquacidade de deputados espanhóis...) cinco anos.

Infelizmente, porém, a maioria dos discursos não versou sobre matéria legislativa. A minoria, empenhada em fazer obstrução, levou a encher o tempo com retificações de atas, discursos sobre interpretação do regimento interno etc. E, enquanto tal se fazia, a Nação pagava subsídios a obstrucionistas e não obstrucionistas tal e qual o sol, que ilumina indistintamente bons e maus.

O deputado que mais falou foi o Sr. Barreto Pinto, que pronunciou 304 discursos, a despeito de uma viagem que empreendeu à Europa enquanto funcionava o Congresso!

O lema “res, non verba” [coisas, fatos e não palavras] parece ter sido substituído em nossa Câmara por outro: “verba, non res”.


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