Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Carnaval

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 2 de fevereiro de 1936, N. 190, pag. 3

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O Carnaval parece que começou a ser uma instituição nacional. Longe de diminuir, o entusiasmo pelos dias satânicos de Momo cresce de ano para ano, com todo o cortejo de crimes e imoralidades que sempre tem acarretado. As músicas carnavalescas e os cordões de mascarados começam cada vez mais cedo. Este ano, desde a hora 0, em pleno passar de 1935, os nossos carnavalescos já se esparramavam pelas ruas do centro em passeatas espalhafatosas e desordeiras.

Não podemos deixar de frisar, sobretudo, as irreverências de certas músicas do carnaval deste ano. Ouvindo-as ficamos horrorizados em ver como as letras dos nossos sambas chegam ao ponto de troçar com assuntos de ordem religiosa e moral, que deveriam merecer de todos o maior respeito. Não nos admira que assim procedam os “profissionais” do carnaval. Estranha-nos, no entanto, e nos causa maior pesar ainda, verificarmos que essa gente chega a merecer a atenção e o apoio de grande parte de nossa sociedade e até mesmo do governo do Estado.

Lembrem-se as nossas autoridades que o Sr. Getúlio Vargas, no discurso ao povo brasileiro pronunciado em 1º. de Janeiro, denunciou na corrupção moral e na ociosidade os caldos de cultura do fermento comunista. Que maior ocasião haverá para a depravação e o ócio do que o carnaval? Combatê-lo é uma necessidade elementar de um país como o nosso, que anda a braços com a repressão ao comunismo.

Mas... enquanto a polícia prende comunistas e se prepara para prender muitos foliões durante os dias de loucura (isto é de todos os anos), a Prefeitura patrocina os festejos de Momo. Para onde irá, desse modo, o nosso pobre Brasil que alguém já chamou de “país do carnaval“?


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