Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Perante Deus e perante a Pátria

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 19 de janeiro de 1936, N. 189, pag. 3

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Os únicos brasileiros capazes de cumprir, perante Deus e perante a Pátria, o sagrado dever imposto pela gravidade da hora presente, somos nós, os católicos.

E isto porque somos as únicas células vivas do grande organismo nacional.

E, como só se pode exigir alguma coisa de quem tem alguma coisa a dar, somente de nós, católicos, poderia ser exigida a grande obra de reconstrução nacional.

Tudo depende de nós. Ninguém mais construirá, em verdade, coisa alguma no Brasil.

Por exemplo, o que é no Brasil, maior e mais edificante do que o movimento mariano em São Paulo?

Tudo depende de nós.

Portanto, o Brasil somos nós. A dignidade da Pátria somos nós. E ninguém é melhor do que nós em terras brasileiras.

A nossa doutrina é a doutrina do Divino Mestre e, como tal, contém todas as outras em tudo quanto possam ter de bom e aproveitável. Ninguém nos poderá ensinar nada de novo. Nem mesmo nas situações mais difíceis. Porque seria ridículo pretender-se acrescentar alguma coisa à doutrina de Cristo, para que se pudesse viver, satisfatoriamente, sobre a face da terra.

E o exemplo aí está. Trata-se da reconstrução brasileira. E a doutrina nos indica o melhor meio de ação: a Ação Católica. Só esta, traduzindo-se em atos de heroísmo, de abnegação e de coragem, poderá, realmente, produzir frutos, na obra gloriosa da redenção nacional.

Portanto, a atitude que deve tomar quem pretenda cooperar, eficazmente, na grande obra da renovação social brasileira, será tornar-se católico o mais perfeitamente possível. E a sua cooperação será tanto maior, quanto mais intensa for a sua vida católica.

Não existe renovação senão nesse sentido. De onde se conclui que não seria absolutamente aconselhável a participação em qualquer movimento político renovador.

Porque a reforma deve partir de baixo para cima, do indivíduo para o Estado, e nunca de cima para baixo, do Estado para o indivíduo. Seria o mesmo que colocar-se primeiro o para-raios, para depois fazer-se a construção por baixo. O que seria subverter a ordem, exatamente quando se procura por ordem na desordem.

Cessem, portanto, as insinuações e as críticas ao nosso movimento católico. Ele é, sem dúvida, o verdadeiro caminho.

E ninguém poderá comparecer perante Deus com a consciência mais tranquila do que nós, os homens da Ação Católica, que não precisamos aderir a qualquer outra doutrina para termos a certeza de estarmos cumprindo, totalmente, o nosso dever.


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