Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Meio consolo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 5 de janeiro de 1936, N. 188, pag. 3

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Em meio de tal confusionismo, as palavras de V. Cy [abreviação de Vivaldo Coaracy, o qual escrevia para vários jornais e assinava com tais letras, n.d.c.] sobre o “estado de guerra” consolam um pouco (“O Estado de S. Paulo”, 12-12-1935). Sensatas e oportunas observações fez o articulista sobre o assunto. Apesar disso, ao combater com muita razão certo “espírito jurídico” que tanto mal nos tem causado, compara-o com a “metafísica escolástica” acusando a ambos de “obliterar, obnubilar ou substituir o senso comum” (sic).

Pena que o sr. V. Cy, que mostrou, no resto do artigo, possuir um pouco de senso comum — o que em nossos dias já é grande coisa — tenha, no entanto, revelado completo desconhecimento a respeito do que está dizendo. Tachar a escolástica de ser contra o senso comum é negar o “abc” da filosofia, da história da filosofia e das modernas correntes da filosofia... Pois se um dos traços mais salientes da escolástica, sobretudo em confronto com as demais tendências do pensamento contemporâneo, é exatamente o de ser a “filosofia do senso comum”!

Em duas palavras não podemos confirmar nossas asserções. Procure, porém, o sr. Cy ler “Le sens commun” de Garrigou Lagrange ou se não quiser ir tão longe na metafísica que tanto o horroriza, leia a “Introduction à la Philosophie” de Maritain, e então compreenderá que exatamente nos princípios da metafísica escolástica é que iremos encontrar as melhores armas para combater essa tremenda crise do senso comum contra a qual nunca é demais se defender.


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