Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Depoimento insuspeito

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 23 de junho de 1935, N. 174, pag. 3

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Tem sido distribuídos, nesta Capital, folhetos da “Ação Social” — Internato, Escola de Corte e Costuras, Orfanato e Obra Missionária de Ponta Grossa, Paraná. Um dos mais interessantes é o que se chama “Admonição e combate”, assinado por Guilherme Stegmayer. O autor extrema o erro protestante, defendendo nele a ideia de “assembleias onde todos os irmãos se reúnam no Senhor, de acordo com os dons que pelo sacerdócio santo, um culto a Deus em Espírito e Verdade, sem ritos, dogmas, sacramentos ou cerimônias, e muito menos ainda, sob o pretenso governo teocrático dum pastor profissional”. Para chegar a essa conclusão o autor diz coisas tão interessantes, que não podemos deixar de as transcrever para nossas colunas.

“Viajando pelos sertões palmilhados por Lampião, diz o sr. Stegmayer, deparei com certos arbustos raquíticos que, raleados, predominavam por lá e que, num esforço descomunal, retorcendo-se sobre si mesmos, através de muitos anos, conseguiram a duras penas crescer um metro ou mais de altura... Eis aí a figura significativa da situação real de todas as seitas religiosas (protestantes) neste país. Não vivem, vegetam apenas.

A primeira coisa que constrange o coração é ver tantas seitas, todas em divergência, repudiando-se ou combatendo-se reciprocamente. Só em Ponta Grossa, cidade de 30 mil habitantes, onde todos, na sua maioria, são católicos, existem sete seitas evangélicas das quais, seis sustentam pastor com casa e cinco possuem templos próprios.

“É possível que Cristo esteja dividido assim? São esses os frutos da Unidade do Espírito de Deus?...”

Todas as seitas protestantes, nos estertores dum moribundo, sustentam parasitas de estufa que, na fluência duma retórica livresca, salmodeiam-lhes semanalmente um ou dois sermões acadêmicos, com os quais não vivem nem morrem, contrariando em absoluto o Espírito de Deus.

“Não discutimos o sacerdócio católico; ele está por agora fora de nossas cogitações. Abordamos, por enquanto, o pastorado evangélico que, tal como ele é exercido, é antibíblico, não é cristão...”

“... Daí resulta pois que numa verdadeira igreja de Deus, onde todos os membros se considerem irmãos, não possam existir feudatários, e estes, delegados dum ditador americano, amo de toda uma coletividade cristã”.

Como se vê são verdadeiras “confissões” de um protestante, apenas atrapalhadas pela seguinte nota:

“Temos em venda Bíblias e Novos Testamentos em qualquer idioma e dialeto. Aceitamos meninas para o internato a preços módicos...”!


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