Remate da meditação composta por Dom Vital na prisão, e oração que ele repetia diariamente
Legionário, 27 de janeiro de 1929, N. 28, pag. 1 |
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Deus meus et omnia! Ó dulcíssimo Jesus, amado de minh’alma, pela vossa divina graça ajudai-me a me conservar alegre e satisfeito na paz como na guerra, na saúde como na enfermidade, na prosperidade como na tribulação. É, pois, a Vós somente que aspira o meu coração, ó adorável Salvador meu, como o cervo sequioso suspira pela fonte límpida. Possuindo-Vos, nada, nada, absolutamente nada me faltará. Hoje, esta manhã, toda a minha vida, na hora derradeira, direi e repetirei sempre, como o meu Seráfico Pai: Deus meus et omnia! É a firme resolução que hoje tomo na minha prisão, na Fortaleza de São João, a 8 de Julho de 1874. FREI VITAL, Bispo de Olinda. * * * Na “Vida de D. Vital", escrita pelo Pe. Apollinaire, seu confessor, lê-se: “Tive então o consolo de penetrar até o íntimo da sua consciência, lendo claramente n’essa alma. Nunca estava perturbada, e essa calma me parecia tanto mais admirável quanto eu sabia ser esse jovem muito sensível. “A fonte dessa serenidade provinha de uma virtude e uma inteligência tão elevadas, que todas as miseriazinhas ou faltas que ele presenciava ou aturava, não eram seguramente a seus olhos mais que brincos de crianças e combates de formigas. Esse jovem de dezenove anos, de aparência tão débil e carinhosa, era superior a todos os homens que o rodeavam e a todos os acontecimentos que o atingiam. “Via-se no seu semblante, em suas palavras, seus gestos e seu andar, uma expressão de candura virginal que eu nunca notava sem me sentir comovido e impressionado. “Observando-o, verifiquei que ele estudava com uma facilidade que muito raramente em outros encontrei”. |