Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Ainda bem!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 28 de outubro de 1928, N. 22, pag. 3

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De há muito, os periódicos católicos clamam contra essa conspiração do silêncio em torno da questão mexicana. Finalmente, parece que os jornais leigos recobraram a fala.

Já algumas folhas tratam do caso; nem todas, é certo, sob o mesmo ponto de vista que nós, isto é, defendendo os mártires do país irmão, ou acusando os seus perseguidores, porém... já é alguma coisa. Fato, aliás, a que foram obrigadas, talvez, pelos incessantes reclamos de nossa pequena imprensa católica: “água mole, em pedra dura...”

Mas, não deixam de ser interessantes os argumentos de que lançam mão os nossos adversários do momento, para absolver os algozes dos infelizes descendentes dos astecas. Uns vão direto à negação. Contra toda a evidência, quase diríamos de ouvidos tapados à toda argumentação, negam “in limine” que haja, ou jamais tenha havido, sombra de perseguição religiosa no México.

Outros, sob vários pretextos, pretendem atenuar as culpas do governo mexicano, lançando-as sobre as costas dos próprios católicos.

Todas essas opiniões, ou melhor todos esses ataques têm, porém, um mérito: o de terem rompido a já célebre e amesquinhante conspiração do silêncio. De fato, era uma vergonha ficar a imprensa muda diante de atos que deveriam levar à indignação o mundo inteiro, pois, se, para pedir a comutação da pena a que tinham sido condenados os anarquistas Sacco e Vanzetti que, inocentes ou não, haviam sido acusados de um crime, julgados segundo as leis de um país e condenados por um júri regular, todo mundo ergueu-se apaixonado; hoje, que os ares ainda andam tão cheios das palavras liberdade, tolerância, maior razão há para se protestar contra as barbaridades cometidas contra homens, mulheres, crianças completamente inocentes, que são, muitas vezes sem a menor forma de processo, sumariamente, postas à morte!


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