Plinio Corrêa de Oliveira

 

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O pacto Kelog

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 14 de outubro de 1928, N. 21, pag. 2

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Os representantes de quinze nações firmaram em Paris, no dia 27 de Setembro de 1929, o célebre pacto contra a guerra, deixando sobre o documento espaço para mais quarenta e cinco firmas. Teria soado realmente a hora da paz?

“Certamente a paz caminha com um passo muito lento. Foram necessários 11 anos para que as palavras de Bento XV, na Nota de 1° de Agosto de 1917 (“Primeramente sottentri alla forza materiale delle armi, la forza morale del diritto”) chegassem a Paris. “É necessário organizar a paz, disse Briand. Devem-se substituir as soluções jurídicas às soluções com a força”. O silêncio defronte ao apelo Pontifical foi bem longo; em compensação, o eco, no Quay d’Orsay, presentes quinze nações, também aquelas que não responderam então, repetiu o idêntico conceito, as mesmas palavras. Mas ainda não é tudo, há uma diferença entre o grande documento, vivo protótipo e base perfeita a tão benéficas intenções e o Pacto Internacional. Aquele consagrava o ideal e o voto pacífico ao Redentor divino, ao Príncipe da Paz. Este não faz menção de Deus. Deus, o Pai nosso que está no Céu, razão única e direta na sua paternidade universal, daquela universal fraternidade daqui de baixo, que o Hóspede, saudando os convidados presentes, invocou o pressuposto da paz. Deus não penetrou as portas daquilo que devia ser o templo de uma fé operosa. Entre as potências, faltava a Suprema, sem a qual todos nós “propomos” apenas e fabricamos sobre a areia. A firma do Pacto, podia ser a santa celebração de um rito, e não foi mais do que a solenidade de impacto diplomático. O Pacto que deverá ser estipulado primeiramente com Deus e em seu nome, fica firmado somente entre os homens e ao arbítrio destes. A paz é do homem, como é do homem a guerra. Caprichoso senhor dos dois destinos, ele pode escolher, e depois da escolha, voltar atrás. É assim que o caminho da paz, já tão vagaroso, pode conhecer a via dos retornos” (Do “Osservatore Romano”, 29-IX-28).


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