Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, Nº 739, 6 de outubro de 1946

  Bookmark and Share

 

Se os iugoslavos têm interesse em executar Monsenhor Stepinac, maior interesse devem ter em o desmoralizar. Um inimigo morto é um mártir. Um inimigo desmoralizado é, para efeitos políticos, mais autenticamente um cadáver do que um morto glorificado pela auréola do martírio. Assim, pois, por que não admitem os iugoslavos alguns ingleses e americanos - protestantes uns e outros - no tribunal que julga Mons. Stepinac? Ou, pelo menos, porque não convidam magistrados suíços e suecos, neutros pois na contenda internacional?

Evidentemente isto não lhes ocorre, e por boas razões.

* * *

Ao que parece, Mons. Stepinac resolveu defender-se perante o Tribunal. E, como o Vaticano continua a elogiar o Prelado através do "Osservatore", é porque certamente lhe deu permissão para defender-se.

Com efeito, nenhum Padre ou Bispo pode ser julgado em qualquer matéria, por tribunal civil. Se o tribunal chamar a si esta função, usurpa um direito da Igreja, e o Bispo ou Sacerdote processado deve recusar qualquer defesa, para não reconhecer a legitimidade do Tribunal. Foi o que fizeram aqui Dom Vital e Dom Macedo Costa.

Entretanto, em casos excepcionais o Vaticano concede autorização para que um réu Clérigo se defenda. É o que terá sucedido neste caso.

* * *

S. E. o Cardeal-Arcebispo de Londres pediu ao gabinete trabalhista que interviesse em favor de Mons. Stepinac. Até o presente momento, os trabalhistas continuam em silêncio. Atenderão ao pedido do Prelado britânico?

Calar é o modo por que os medrosos deixam suceder o que eles querem que suceda, sem ousar declarar, contudo, que é tal o seu desejo. Veja-se a inércia do Sr. Attlee no caso escandaloso dos squaters, inércia esta interrompida somente para garantir sua própria casa...

Vamos ver se a mesma inércia será a tática trabalhista contra Mons. Stepinac.

* * *

Como prevíramos, também na França os squaters começaram a ocupar edifícios. Preciosa confirmação da velha tese do "Legionário", sobre a profunda importância dos acontecimentos internacionais em tudo o que se refere a vida interna dos povos contemporâneos.