Legionário, Nº 706, 17 de fevereiro de 1946
7 Dias em Revista
AVISO Nº 137
Orações pelo Exmo. Sr. Cardeal Arcebispo
"De ordem superior recomendamos às orações do Revmo. Clero e fiéis do Arcebispado a pessoa veneranda e estimada do nosso Exmo. Sr. Cardeal-Arcebispo Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, que já se encontra na Cidade Eterna, afim de receber o chapéu cardinalício.
Além da oração imperada: "Pro peregrinantibus et iter agentibus", que o Revdo. Clero vem dando pela feliz viagem de S. Excia, os fiéis são convidados, pelas mesmas intenções também, a elevar preces fervorosas aos céus, principalmente no dia 18 do corrente, data em que se realizará em Roma, o Consistório do Sagrado Colégio dos cardeais, presidido pelo Santo Padre Pio XII, gloriosamente reinante.
A partir do dia 13, na "Oração pela Igreja, pelo Santo Padre e pela Pátria", que se reza após a Benção do SS. Sacramento, modifique-se onde se lê: "sobre o nosso Arcebispo", acrescentando-se "sobre o nosso Cardeal-Arcebispo"...
São Paulo, 12 de fevereiro de 1946.
(a) Monsenhor Paulo Rolim Loureiro, chanceler do Arcebispado.
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No tempo em que o nazismo, ainda vivaz, era inimigo primacial da humanidade, nada prejudicou mais a fundo a campanha anti-nazista, do que o fato de que muitas vezes era promovida por disfarçados comunistas.
Reciprocamente, nada pode prestigiar mais a campanha anticomunista, do que o fato de ser movida por anti-nazistas decididos. Basta ler os folhetos comunistas de propaganda para compreender até que ponto é isto verdade.
Tomando claramente posição contra o comunismo, o governo norte-americano marcou a linha de equilíbrio de sua política, por meio do vigoroso documento da Secretaria de Estado, que está sendo tão atentamente estudado, e ardentemente discutido em todas as repúblicas latino-americanas.
Os sequazes do "camarada" Prestes, em nosso país, imitando com sua costumeira banalidade os "slogans" da propaganda comunista que se faz em outros lugares, se tem empenhado em afirmar que o capitalismo internacional americano procura salvar os restos do fascismo, e só a este título combate o comunismo.
A atitude da Secretaria de Estado vale como uma bomba atômica contra este arrazoado. Gostaríamos de saber o que tem de dizer a isto o nosso chefete vermelho.
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Provavelmente, não dirá grande coisa. Os comunistas sabem que vivemos em um mundo extenuado, em que a capacidade de raciocinar parece ainda mais exausta e gasta do que as outras faculdades humanas. E por isto, com uma brutalidade toda nazista, vão criando fatos consumados.
É o que se observa na China. Quando se fez o acordo entre Chang Kai-Chek e os vermelhos sob os auspícios do big-three, mostramos que algum dolo poriam nisso os sovietes. E puseram. Um telegrama de Moscou nos informou recentemente que a "questão da retirada das tropas russas da Mandchuria" sofreu "novo adiamento" porque a Rússia solicitou que lhe fosse adjudicada a indústria pesada naquela região. Confere...
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Folgamos em ver que a URSS sofreu uma autêntica derrota na ONU, com a deliberação de se admitir também a Federação Norte-Americana de Trabalho, nas Nações Unidas.
E gostamos da declaração com que o Sr. Frazer alvejou o representante soviético: "Esses truques aqui não dão certo. Podem ser muito bons em certos lugares, mas aqui não".
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Realizaram-se as eleições na URSS. A Reuters informou que, "para celebrar o acontecimento, a Rússia apresentava um aspecto festivo. As ruas e as praças cheias de cartazes de diversas cores, com lemas e bandeiras, retratos de Stalin, Lenine e outros líderes. Cidades, aldeias, trens e navios tudo se achava igualmente enfeitado. Os jornais e emissoras deram preferência ao noticiário relativo às eleições". Há algo de mais parecido com o nazismo? Só os resultados: cem por cento dos eleitores votaram a favor dos sovietes.
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Registramos com muita satisfação este belo tópico do Santo Padre, em recente discurso à nobreza romana:
"Vossa classe representa uma elite valorizada por séculos de tradição e baseada em valores fundamentais para a prosperidade dos povos. Por isto, deveis ser um exemplo constante pelo cumprimento inflexível de vossos deveres e por vossa desinteressada imparcialidade. Deveis fazer, sem ambição, tudo quanto tenda ao serviço da boa causa".
Digno tema de meditação para as pessoas que sofrem desta verdadeira mania de igualitarismo tão geral em nossos dias. E para as "elites" frívolas deste nosso século XX.