Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 20 de julho de 1941, N. 462

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A vitória das forças do Gal. De Gaulle e da Inglaterra, na Ásia Menor, vem pôr em foco o delicado problema dos Lugares Santos e do Santo Sepulcro. Como se sabe, a Igreja sempre se esforçou por que os lugares santificados pela vida terrena e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo ficassem ao acesso dos fiéis, garantida ali a plena liberdade de realização dos atos religiosos no ambiente de respeito que os deve cercar. Mais ainda, a Igreja sempre considerou com horror a possibilidade de esses lugares serem privados dos monumentos veneráveis que neles se encontram, desde que venham a ser habitados por um governo hostil.

Ora, enquanto é cada vez maior o número de judeus ali localizados, parece que a Inglaterra e a Itália rivalizam em promessas, garantias e amabilidades para os árabes. Assim, pergunta-se o que se pode esperar depois de normalizada a região, caso tais promessas venham a ser cumpridas.

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Há leitores que entendem que o “Legionário” exagera quando, com toda a severidade, condena os erros doutrinários do totalitarismo. Parecer-lhes-ia que a caridade exige mais brandura e que assim é preciso falar com mais panos quentes.

Entretanto, a verdade é que tais leitores não estão habituados à santa liberdade de linguagem com que procedem jornais católicos de outros países. Temos, por exemplo, em mãos um recorte do órgão católico da diocese do Cardeal Dougheety, órgão esse que Sua Eminência tem mais de uma vez abençoado. Tratando do caso de certa moça católica que resolveu “casar-se” com um protestante divorciado, que é filho do Presidente dos Estados Unidos e que dispensou, portanto, qualquer solenidade religiosa, o jornal tem expressões das mais radicais, não hesitando em dizer que ela trocou sua Fé por uma felicidade meramente terrena, de que amargamente se arrependerá de futuro, e fazendo outras considerações que muitos dos leitores tímidos do “Legionário” achariam certamente excessivas. Mas é que, provavelmente, por lá ainda não medrou um certo lirismo caritativo que aqui impera, e que é uma radical negação do verdadeiro espírito da Igreja.

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Julgamos conveniente acentuar que, até agora, não apareceu a famosa Pastoral que certos telegramas previam do episcopado alemão elogiando a guerra contra a Rússia, empreendida pelo Sr. Adolph Hitler. Essa pastoral não saiu e não poderia ter saído. Ao contrário dela, o que foi publicado pelo “Osservatore Romano” foi um artigo magnífico de que demos o resumo e que mostra que o Santo Padre não reconheceu essa pretensa cruzada.


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