Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 29 de dezembro de 1940, N. 433

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No momento em que escrevemos, os jornais acentuam as perspectivas de agressão nazista à Rússia, aberta pela invasão dos territórios húngaros e romenos por tropas alemãs destinadas, ao que parece, a uma grande ação militar de fins ainda ignorados.

O “Legionário” já teve ocasião de dizer insistentemente, em mais de um de seus números, que a hostilidade fictícia do nazismo contra o comunismo amainada oficialmente (“oficialmente”, sim e só “oficialmente” pois que no terreno concreto nunca houve luta e nada havia a amainar) por interesses políticos de momento poderia de um instante para outro readquirir novo vigor, sendo muito do feitio do ditador nazista dar um golpe rijo no comunismo, apresentar-se assim à humanidade como um novo Constantino, e, prestigiado pelos louros desta vitória “cristã”, empreender mais resolutamente do que nunca a guerra ao Catolicismo.

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Entretanto, é patente que esta hipótese tem certa viabilidade, ela também tem contra si sérias objeções, uma das quais é o acordo comercial russo-germânico. Notícia oficial alemã informou-nos, recentemente, de que “as negociações comerciais teuto-soviéticas estão em marcha desde algum tempo e encontram-se em sua etapa final. Os comunicados de Moscou indicam que se chegam a um acordo perfeito, acordo em quase todos os pontos de vista e que este acordo se aperfeiçoa cada vez mais, de maneira que, no futuro, as remessas de mercadorias serão consideravelmente maiores do que no decorrer deste ano. Faz-se notar que em Berlim é pouco provável que se dê a conhecer pormenores do novo acordo, tal como se deu por ocasião do acordo germano-russo de 11 de fevereiro de 1940”.

Acrescenta a notícia, publicada por um de nossos diários, que “as negociações atuais darão como resultado o mais amplo e eficiente dos pactos já concluídos entre dois países”. Assim, ao que parece, a colaboração teuto-soviético, que sempre atuou nos bastidores, também ostensivamente se faz notar com vigor crescente.

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A Agência “Havas”, que segundo notícia recente deve ter sida adquirida pelo governo do Sr. Pétain, e que por isso mesmo é bem suspeita quanto à notícia que passaremos a mencionar, em telegrama há pouco publicado na imprensa diária, acaba de divulgar que, tendo sido cortado o fio telefônico do aparelho que na cidade de Orleans serve às autoridades nazistas de ocupação, e não tendo essas conseguido descobrir o autor do fato, foi a cidade multada pelos ocupantes em um milhão de francos, a título de castigo.


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