Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 15 de setembro de 1940, N. 418

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Não dorme na Inglaterra a quinta-coluna. Pertinazmente, o “Legionário” já tem denunciado a cegueira com que se tratam na Inglaterra os partidários de “sir” Oswald Mosley, aos quais se concedeu, em uma prisão comodíssima, a faculdade de viverem em conciliábulo permanente contra a pátria. E assim outras “fraquezas” já têm sido por nós insistentemente denunciadas.

Não consideramos viável que as tropas nazistas levem a cabo um desembarque vitorioso contra a Inglaterra, caso a quinta-coluna seja vigorosamente manietada pelo Governo inglês. Mas o guarda-chuva de Chamberlain só serve para amedrontar gatos, cães e camundongos. Se só for esta a arma que se brandir contra a quinta-coluna, podemos, com o luto na alma, exclamar “finis Britanniae” [é o fim da Inglaterra].

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Desejamos ardentissimamente que estes prognósticos sombrios, escritos na manhã de sexta-feira, não se realizem. Mas caso se realizarem, teremos outra coisa a dizer: o “finis britaniae” nunca poderá significar “finis Ecclesiae”.

Realmente, se os ingleses tiveram, depois de Henrique VIII, uma oportunidade para expiar seu erro, foi esta, quando a Providência deixou em suas mãos as últimas armas que devem ser brandidas em território europeu contra o neopaganismo de nossos dias. Assim, desejamos ardentemente que a Inglaterra resista à invasão do neopaganismo nazista.

Mas, se esta invasão se der, a Igreja não estará morta. Muito longe disto, baseada na promessa divina, continuará a navegar no oceano turvo deste século, vencendo as ondas as mais temíveis. Mas... e as almas que se perderão? Quem pode não deixar de se lamentar por elas? E quem pode não recorrer à arma da oração, para defendê-las contra seus inimigos?

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Não é, pois, sem uma profunda apreensão que lemos a notícia de que “círculos bancários e políticos” pensam, na Inglaterra, em propor uma paz à moda de Munique. Foi esta a notícia publicada com impressionantes pormenores pelo “Daily Mirror” de New York. O que são estes “círculos”? A quinta-coluna em ação, escondida nas dobras amplas e negras do guarda-chuva de Chamberlain.

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O “Legionário” registra com viva satisfação o edital publicado por S. Exa. Rev.ma o Sr. Bispo de Assis que recomendou a leitura deste semanário, ao lado do órgão diocesano “Mensageiro”, a todos os fiéis.

Nenhuma recompensa poderíamos esperar mais preciosa do que mais esta aprovação generosa, que nos vem da Hierarquia Eclesiástica, pelas mãos de um Prelado de tão altas virtudes.

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Não damos a menor importância à notícia da prisão de Daladier, Reynaud e Gamelin. Chamberlains franceses, foram eles os artífices da derrota. O “Legionário” já apresentou provas irrefutáveis disto, confirmadas pelos fatos que depois se realizaram. Sua prisão é mais um despistamento, despistamento que poderá chegar até à sinistra pantomima de uma execução capital, para evitar que se perceba o jogo do Pétain, que não é outro senão o de Daladier ou de Reynaud, mas despistamento que não será novo na História.

A Revolução Francesa decapitou a maior parte dos republicanos que a prepararam. O comunismo eliminou a maior parte de seus artífices. E nem por isto a continuidade histórica da obra dos algozes e das vítimas pode ser negada.


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