Enganam-se os que supõe que a propaganda anticatólica no Brasil está inativa. Temos sobre a mesa um
impresso anônimo, datado do Rio, do dia 4 de abril p.p., contendo um longo
arrazoado contra o casamento religioso com validade civil.
Não nos daremos ao trabalho de refutar os muitos
argumentos, todos eles inconsistentes, desse capcioso impresso. Mas o que
precisamos desmascarar são os verdadeiros propósitos de seus autores.
Ocultam-se atrás da aparência especiosa de amigos da instituição da família. No
entanto, podemos afirmar sem vacilação que a família é gravemente prejudicada
com o atual estado de coisas, que nega validade civil ao casamento religioso, e
que só os inimigos da família se podem opor a qualquer modificação neste
assunto.
* * *
Tendo a Junta Arquidiocesana da Ação Católica, de
São Paulo, enviado a S. E. o Cardeal Arcebispo do Rio da Janeiro, Dom Sebastião
Leme da Silveira Cintra,
um exemplar da resolução do Ex.mo Rev.mo Sr. Arcebispo Metropolitano sobre as
relações entre a Ação Católica e as associações Auxiliares, e dos estatutos da
Confederação Católica, enviou Sua Eminência ao Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente daquele órgão, o seguinte telegrama:
“Agradeço impressão Ação Católica em São Paulo em
cuja excelente Junta vejo o nome prezado amigo. Invoco luzes divinas. Cardeal
Leme.”
***
Premunimos nossos leitores contra uma Bíblia anticatólica, e portanto de texto falseado, que circula atualmente.
Trata-se de uma “Santa Bíblia traduzida da Vulgata
por Lemaitre de Saci, e impressa segundo o texto publicado em Paris em 1759,
com aprovação de S. Eminência o Cardeal de Noailles”.
Escrita em plena fase de influência jansenista,
esta Bíblia se foi aprovada por aquele Prelado, deve-o talvez a algum
estratagema doloso. Os católicos não a podem ler, pois que contém doutrina
diversa da Sagrada Escritura, de que a Santa Igreja é depositária.
* * *
A título documentário, inserimos aqui um telegrama
da Agência Havas ao “Estado”, sobre os preparativos
alemães para o ataque à Escandinávia. Mostram eles que razão tem o “Legionário”, ao afirmar
que o triunfo do nazismo outra coisa não é senão a vitória da 5a
coluna (...).
OS PREPARATIVOS ALEMÃES PARA O ATAQUE À
ESCANDINAVIA.
LONDRES, 10 ( h.) - Um
histórico dos preparativos alemães contra a Noruega é traçado no jornal sueco
de Goteborg, “Handels Ochsjaforts Tidning”, por Per Nystrom, que assim refuta completamente a tese do Reich, segundo
a qual os alemães não fizeram mais que tomar a dianteira diante da ameaça dos
aliados.
Os trabalhos preparativos da organização da
passagem do Skagerrak, declara Per Nystrom, iniciaram-se em 1936 e talvez antes. Os alemães
fizeram então todo o necessário para familiarizar sua frota com as águas
dinamarquesas e norueguesas, preparar bases de expedição e assegurar-se de que
a Dinamarca não minara as águas
do Belt. No outono de 1936, os preparativos estavam
tão adiantados que von Blemberg, querendo fazer um inquérito sobre as possibilidades de
estabelecer bases, pediu às autoridades norueguesas permissão para efetuar um
cruzeiro de recreio, mencionando os pontos que desejava visitar, tendo-lhe sido
concedida. Desse cruzeiro participaram cerca de vinte oficiais, mas a atenção
foi particularmente despertada pelo fato do iate de Blemberg
haver tocado em Narvik, sem a autorização. Daí em diante, a frota alemã
empreendeu exercícios sistemáticos perto das águas territoriais norueguesas,
ali penetrando mesmo muitas vezes. Na primavera de 1937, dois cruzadores
ligeiros, que não tinham permissão nem piloto norueguês, passaram através do
difícil estreito de Karmsund e em fins de julho,
4 lança-minas penetraram bruscamente no canal de Bergen, sem autorização das autoridades noruegueses.
Estas também não deixaram de observar a atividade
nos serviços alemães de informações. Durante 1938, novas bases alemãs no Belt estavam preparadas.
Os alemães tinham notadamente construído o porto de
Murwik, perto de Flensburg, podendo rivalizar com Wilhelmshafen e Kiel. Ali construíram, além
de casernas, uma base naval e um grande aeródromo com hangares subterrâneos,
protegidos por séries de fortificações. No mesmo ano, da primavera até o fim de
outono, a frota alemã esteve muito ativa nas águas escandinavas e o governo
norueguês teve de protestar contra a incursão do cruzador “Leipzig”
em águas norueguesas, efetuadas por pretexto de assistir ao cruzador “Koelen”, que tivera de refugiar-se em Aalesund. Na mesma época, a frota alemã manobrava no Sund e já o governo dinamarquês cessara de formular vãos
protestos em virtude das violações contínuas das águas dinamarquesas. O
jornalista concluí que tudo isso faz pensar que desde então todos os pormenores
do plano alemão de ataque deveriam ter sido ultimados de maneira completa.