Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 12 de maio de 1940, N. 400

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Não faltaram pessoas que achassem que o “Legionário” se excedia apontando como catastrófica a linha política seguida por Sir Neville Chamberlain. Houve mesmo leitores suficientemente levianos para imaginar que nossa atitude envolvia certa simpatia para com a... Alemanha nazista!

Evidentemente, tal opinião acerca de nossa conduta nem sequer precisaria de ser refutada. Basta ler o “Legionário” com um pouco de serenidade para ver que se uma coisa não nos falta, graças a Deus, é um ardor antinazista categórico, ativo e minuciosamente coerente.

Hoje em dia vê-se como eram dignas de aprovação nossas opiniões sobre a política inglesa. A formidável crise política que o Sr. Chamberlain teve de enfrentar prova claramente que se a opinião inglesa se conteve durante certo tempo, fazia-o por prudência não, porém, sem perceber os fracassos sucessivos que sua imprevidência incorrigível impunha à Grã-Bretanha.

E os simpatizantes de Chamberlain no Brasil, sempre fiados nas “razões superiores e confidenciais” pelas quais ele agiria, ficam vendo que ao “Legionário” não faltou perspicácia afirmando a inexistência de tais razões que o Parlamento inglês não julgou suficientes.

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Muito interessante é o telegrama proveniente de Paris segundo o qual o camarada Maurice Thorez, talvez o mais influente e famoso dos comunistas franceses, se encontra atualmente na Alemanha, sob a proteção do Reich, estando incumbido de organizar uma campanha, dentro da França, nociva aos interesses desta. Thorez foi condenado à morte pelos tribunais franceses como desertor, e, portanto, recusou-se a pegar em armas contra o nazismo.

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Registramos como documento de suma importância o comunicado do Cel. A. B. Gehs, chefe de uns dos corpos do exército norueguês, em que aquele militar afirma que: a) os aliados haviam concertado com ele uma ação comum, afetando determinado postos estratégicos ocupados pelos alemães; b) que eles abandonaram repentinamente as posições sem dar disto o menor aviso aos noruegueses; c) que em consequência disto os noruegueses ficaram com o flanco direito desprotegido, e a retaguarda inteiramente exposta; d) que o caráter imprevisto e catastrófico do acontecimento obrigou os valentes súditos do Rei Haakon, alistados naquele corpo de exército, a negociar um armistício com o invasor.

Também é digno de nota que o Gal. Odet, chefe do corpo expedicionário francês, escreveu ao Cel. Gebs informando-o de que, se agira assim, é porque a tanto o obrigavam ordens provenientes de seu governo.

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No meio de tantas notícias tristes, o “Legionário” noticia com respeitosa simpatia a visita de S. A. o Príncipe do Piemonte à S.S. o Papa Pio XII. É esta a segunda vez que S. A. e a Princesa do Piemonte visitam o atual Pontífice, aumentando assim os vínculos de filial e profundo respeito que hoje em dia unem a dinastia italiana à Cátedra de São Pedro.

Mas a visita que o Sr. Mussolini deveria ao Papa ainda não se fez. Far-se-á ela algum dia?

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Encerremos estas notas com os olhos postos no Papa. Continuam os esforços verdadeiramente heroicos de S. S. o Papa Pio XII no sentido de preservar a paz. É muito de se notar que, com paternal afeto, o glorioso Pontífice foi recentemente à Basílica de Santa Maria Sopra Minerva, em território italiano, e ali celebrou em louvor de Santa Catarina de Siena e São Francisco de Assis, Padroeiros da Itália. Por essa ocasião, S. S. manifestou seu ardente desejo de que a Itália não entre na guerra.


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