Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 25 de fevereiro de 1940, N. 398

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Parece que se esboça, no momento atual, um novo recrudescimento do movimento separatista irlandês que de modo tão violento irrompera há algumas semanas atrás. Ante tal fato, e dada a circunstância de ser a Irlanda um país católico e a Inglaterra protestante, perguntaram certos leitores qual a posição correta que deve assumir a opinião pública autenticamente católica.

É certo que a Irlanda sofreu em tempos passados gloriosa e heroicamente para defender não apenas sua soberania, mas ainda sua Fé, contra o poderio inglês que oprimia por todas as formas os católicos irlandeses. Este fato, entretanto, não justifica o emprego dos processos violentos pelos quais o movimento libertador irlandês se tem assinalado. Essa atitude não é nova. Já Leão XIII condenou do modo mais formal a violência pela qual muitos irlandeses - aliás por motivos políticos - procuravam empregar recursos do gênero dos atuais, para sacudir o jugo inglês.

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É curioso acentuar a diversidade de atitudes entre o órgão oficioso da Santa Sé e a imprensa fascista no caso do aprisionamento do cruzador alemão “Altmark”, em águas norueguesas. Enquanto a imprensa italiana, através de certos órgãos, silenciou sobre o fato, e através de outro, se mostrou favorável à Alemanha, o “Osservatore” assumiu atitude francamente simpática àquele gesto da Inglaterra. Alega o órgão do Vaticano que a inviolabilidade do “Altmark” era decorrente de tratados, todos bilaterais. A Noruega violara esses tratados, dando agasalho a um navio que conduzia prisioneiros, sem exigir a libertação destes. A Inglaterra ficava, pois, com o direito de considerar por sua vez rotos tais tratados, agindo como preferisse. Não se trata, aí, de afirmar que um mal justifica outro. Os tratados impõem obrigações recíprocas, e a violação feita por uma das partes exonera implicitamente a outra de seus deveres.

Evidentemente, a atitude do Vaticano não se inspirou em maior ou menor simpatia por este ou aquele país, mas por um sentimento de justiça perfeitamente objetivo.

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A este propósito, devemos ainda acentuar o protesto feito pelo órgão do Vaticano contra um Congresso de Mística Fascista, recentemente realizado na Itália, com o declarado apoio da imprensa do partido governamental.

O “Osservatore Romano” mostrou que a “mística” de tal congresso era ambígua ou perfeitamente naturalista, em perfeita colisão com a doutrina católica, pelo qual o jornal do Vaticano mostrou seu ressentimento à vista do apoio que a imprensa fascista lhe deu.

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Procedente da Europa, veio novamente a notícia de que o Santo Padre aconselhara ou ao menos autorizara os católicos a prestarem culto a Confúcio, considerado herói nacional chinês. A palavra “culto” pode induzir facilmente em erro os leitores. Não se trata de um culto religioso, o que seria perfeitamente absurdo, mas simplesmente de homenagens cívicas despidas de todo e qualquer caráter litúrgico. Tendo havido previamente declarações oficiais escritas das autoridades chinesas sobre o cunho exclusivamente cívico das homenagens prestadas a Confúcio, não teve a Santa Igreja dúvida em permitir que a elas se associassem os católicos, o que jamais ela teria feito se se tratasse de um “culto”.

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Devendo realizar-se dentro em pouco, em um distrito da Inglaterra, eleições para a Câmara, os Partidos Conservador, Liberal e Trabalhista firmaram entre si uma trégua, tanto mais explicável quanto parece que o Sr. Chamberlain se sentiu coarctado pela opinião inglesa a renunciar temporariamente ao seu pacifismo e as hostilidades no Oriente preludiam uma conflagração mundial autêntica... que entretanto ainda poderá ser sustada por algum [pacto de estilo ao de] “Munique”.

Assim, os únicos partidos que estão disputando isoladamente as eleições são o socialista, o comunista e o fascista. Os demais partidos apresentam um candidato único.

O jogo do comunismo e do nazismo aparece aí claramente. Os comunistas denunciam fortemente os fascistas, mas pedem ao mesmo tempo a paz, e os fascistas pedem a paz... mas não atacam os comunistas.

Contam os telegramas que, nos “meetings”, os marinheiros ingleses se levantam para desmascarar a manobra, mostrando ao povo a colaboração do fascismo inglês com o comunismo para arrastar a Inglaterra a uma paz que seria uma derrota.


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