Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 5 de novembro de 1939, N. 373

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Merece registro a delicada iniciativa do Ex.mo Rev.mo Sr. Arcebispo Metropolitano de mandar celebrar Missa em sufrágio das almas dos guardas civis falecidos por ocasião do deplorabilíssimo crime que enlutou recentemente nossa Cidade.

Nesse gesto, há duas lições preciosas. A primeira, é que a melhor prova de reconhecimento e afeto póstumo não consiste nas honras póstumas, tributadas pelo mundo com grande alarde, mas que de nada valem aos mortos. Um católico não tem melhor modo de se mostrar grato aos serviços prestados por um morto à Igreja ou à Pátria, do que sufragando sua alma.

A segunda lição atinge o romantismo liberal do século passado, ainda muito vivaz entre nós. Quando se verifica um crime, a primeira lembrança de compaixão não se dirige para as vítimas, mas para o criminoso. Há nisto uma dupla injustiça. Nosso primeiro pensamento deve ser para Deus Nosso Senhor, que foi ofendido, e ao Qual devemos prestar atos de amorosa reparação. O segundo pensamento para as vítimas. E finalmente, só para o fim, uma compaixão sincera e eficaz, porém não isenta de uma severa censura, deve reportar-se ao criminoso. É esta a ordem da perfeita caridade.

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Destacamos, do noticiário dos jornais desta Capital, o seguinte telegrama de Berlim, publicado pelo “Estado de S. Paulo”:

“Com exceção de Thaelmann, todos os comunistas alemães que se achavam recolhidos aos cárceres do “Reich” foram postos em liberdade devendo, porém, permanecer sob vigilância especial da polícia. Entre as pessoas postas em liberdade figuram igualmente as que tinham demonstrado sua hostilidade ao pacto com a Rússia, organizando uma demonstração de desagrado por ocasião de uma emissão da rádio de Moscou”.

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Pelas autoridades federais foi reconhecida recentemente a Escola de Educação Física que funciona nesta Capital.

Ninguém ignora a proteção benevolente e calorosa que a Santa Igreja sempre dispensou às iniciativas destinadas a proteger a saúde e o desenvolvimento físico dos povos. A formosa Pastoral de saudação do Ex.mo Rev.mo Sr. D. José Gaspar de Affonseca e Silva é disto uma prova irrefutável. Por isto, os católicos só têm a aplaudir a fundação de uma Escola de Educação Física.

Entretanto, a Igreja, que sempre afirmou valer a alma infinitamente mais do que o corpo, sustentou e sustenta com infalível firmeza que o exercício físico nunca pode ser feito em detrimento dos princípios da moral.

Por isto, deploramos que a Escola de Educação Física promova exibições esportivas algumas das quais feitas em indumentária incompatível com o que preceitua a moral católica.

Generaliza-se cada vez mais o hábito de exibições de moças em trajes que nenhum católico pode aprovar. Esses desfiles já foram condenados solenemente pelo Santo Padre Pio XI, de santa e gloriosa memória.

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A este propósito, cumpre acrescentar que as exigências reais de uma educação física bem entendida nunca chegam até qualquer prática atentatória da moral. Se tal se desse, a moral deveria triunfar. Mas a realidade é que Deus, autor da natureza humana como da Religião, não cairia em contradição consigo mesmo formulando mandamentos incompatíveis com as verdadeiras necessidades do homem.

Educação física dissonante da moral não é senão pseudo-educação física.

Esperamos que o Governo do Estado, informado dessa dolorosa situação, lhe dê pronto remédio.


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