Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 17 de janeiro de 1937, N. 227

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Nossas felicitações ao Governo do Estado por ter sido sancionado o decreto que abre um crédito de 2.000 contos de réis para a construção de nossa Catedral. Nosso regozijo provém principalmente do valor simbólico deste gesto. Ele realiza a colaboração entre a Igreja e o Estado, para o seu comum interesse, preceituada pela Constituição de 1934.

Realmente, a construção de uma Catedral em que os paulistas rendam culto a Deus não é apenas do interesse da Igreja, mas também do Estado.

No preâmbulo de sua lei máxima, o Estado brasileiro timbrou em declarar que punha a sua confiança em Deus.

Confiando na proteção de Deus para levar a cabo a construção de sua grandeza futura, não é do dever do Estado render homenagem a seu Protetor?

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Um telegrama da Agência Havas noticia que a Congregação da Faculdade de Direito da Universidade do Distrito Federal, por unanimidade de votos, resolveu solicitar do Presidente da República a reintegração dos professores Leonidas de Rezende, Castro Rabello e Hermes Lima, “visto nada ter sido apurado contra os referidos catedráticos”.

É possível - embora pouco provável - que nada se tenha apurado sobre a participação dos referidos “intelectuais” na criminosa intentona de 1935.

O que é certo, certíssimo, incontestável, é que eles são comunistas, e faziam propaganda comunista do alto de suas cátedras.

Basta, a este respeito, para nós católicos, conversar com qualquer “aucista” do Rio.

Será prudente, será justo, será inteligente, que o Estado torne a empregar no magistério esses professores, que se servirão do cargo de confiança que receberem, para apunhalar pelas costas o regime vigente?

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Um telegrama da Havas noticia que Trotzky desembarcou no México “vestido com elegante costume de golf, cor de cinza escuro e gravata cor de framboesa”.

Não é só o Sr. Trotzky que aprecia os trajes elegantes. Em geral, todos os extremistas de esquerda se parecem com ele neste ponto. Os embaixadores soviéticos junto às nações européias são geralmente de uma elegância irrepreensível, as delegações russas muito luxuosas, o aparato que cercam os pró-homens do comunismo francamente burguês.

Simplicidade, modéstia, é muito bom... para os outros.

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Um telegrama publicado nesta semana informa que os Estados Unidos exportaram em 1936, 438.383.913$000 em armamentos.

Evidentemente, uma parte desta imensa quantia provém do bolso de particulares, que adquiriram armas para uso individual. Mas é uma parte mínima. Quanto ao mais, isto é, quanto à parte muito maior, correspondente ao fornecimento de armas para potências estrangeiras, uma reflexão se impõe.

 Os povos gemem atualmente sob o peso de um armamentismo infrene, impostos sobre impostos, agravam a miséria da multidão.

Isto tudo para quê? Já publicamos, a este respeito, a verdade: para satisfazer a ganância de alguns capitalistas internacionais que devoram as finanças dos povos ocidentais, com juros injustos, e para enriquecer meia dúzia de fabricantes de armas.

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Certo jornal da Capital, em repto teatral, procurou criar um incidente com o “Legionário”.

Para evitar maior exploração, o Sr. Plinio Corrêa de Oliveira, Diretor desta folha, resolveu atender ao repto, dentro das 48 horas que lhe foram “impostas”. Por isto, foi forçado a publicar sua resposta no próprio jornal “reptante”.

Fica, no entanto, de uma vez por todas, afirmada a nossa norma de só respondermos em nossas próprias colunas aos ataques que nos forem feitos.


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