Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Legionário, 29 de novembro de 1936, N. 220

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É realmente curiosa a lógica dos comunistas. Os telegramas nos noticiaram, há dias, que os funerais do Ministro Salengro foram feitos ao som da “Internacional”.

Da “Internacional”, e não da Marselhesa, porque o comunista despreza o que ele chama o “acanhado amor da Pátria”, preferindo a este amor de cunho regionalista um “largo amor a toda a humanidade”.

No entanto, no discurso em que o Sr. Leon Blum fez o elogio fúnebre de seu malogrado auxiliar de Governo, o Chefe do Gabinete francês disse que Salengro tivera, em sua vida, dois únicos amores: o de sua cidade natal e o de seu Partido.

Assim, enquanto os comunistas se gloriam de não amar a Pátria, por ser este amor muito “estreito”, jactam-se em amar duas frações da Pátria, como sejam a cidade natal e o partido. Em lugar de patriotismo, alimentam o espírito de facção e de campanário.

* * *

Nos tempos felizmente já longínquos, em que o liberalismo governava despoticamente todos os espíritos, era frequente ouvir-se acusar a Igreja de ser fautora do despotismo. Principalmente os protestantes eram férteis em acusações deste estilo.

Porém, os tempos estão mudados. Em mais de um país, o liberalismo foi substituído por uma tirania despótica, em que os direitos individuais os mais sagrados são violados e espezinhados. A Rússia e a Alemanha são prova do que afirmamos.

Nestes países, onde estão os defensores das liberdades individuais? Sumiram todos.

E só a Igreja ficou impávida a lutar contra os excessos do poder com a mesma energia com que lutara contra os excessos da liberdade.

O Cardeal Schulte, Arcebispo de Colônia, e o Bispo de Paderborn, acabam de publicar uma Pastoral contra o despotismo do governo hitlerista que quer roubar aos pais o direito de educarem seus filhos.

Só a Igreja, na Alemanha, resiste eficientemente ao hitlerismo. Eficientemente e inteligentemente, porque, em lugar de uma campanha sistematicamente oposicionista, ela só ataca o atual regime no que ele tem de mau. Mas os antigos paladinos da liberdade, onde estão eles?

* * *

Nossas felicitações ao Sr. Vereador Achilles Bolch da Silva que propôs à Câmara municipal a isenção de impostos para todos os estabelecimentos religiosos que se encontram no Município de São Paulo.

Até aqui, era necessário que os estabelecimentos religiosos que quisessem gozar desta isenção fizessem um requerimento neste sentido ao Prefeito Municipal. E este ficava com a faculdade de indeferir arbitrariamente qualquer requerimento.

A alteração que o Sr. Bolch da Silva propõe é das mais felizes. Em virtude dela, a isenção se dará automaticamente, independentemente de qualquer requerimento.

* * *

A Agência Havas noticiou que o governo de Madri resolveu transferir para Valência diversos intelectuais que se encontravam em Madri. A razão do ato estava em que ditos “intelectuais” constituíam o tesouro intelectual da raça.

Percorremos detidamente a lista dos intelectuais em questão. E não será necessário dizer - porque o público inteligente já terá suspeitado disto - que se trata de intelectuais comunistas.

A mentalidade comunista é esta. Fora do comunismo, não há ciência, não há arte, não há inteligência. E ainda acusam a Igreja de ser intolerante!


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