A respeito das conversações recentemente havidas
entre o Sr. Myron Taylor, representante pessoal do Sr. Truman,
e o Santo Padre Pio XII, a Secretaria da Presidência da República dos Estados
Unidos distribuiu o seguinte comunicado:
“O Presidente manteve hoje conferência com o Sr. Myron Taylor, seu representante
pessoal junto ao Papa. O Sr. Taylor informou ao
presidente que, quando se encontrava na Europa, além de se entrevistar com o
Sumo Pontífice, conferenciou com o Arcebispo de Cantuária
e o Dr. Oto Debelius, o Bispo luterano de Berlim, sobre o tema da cooperação e
estabelecimento da paz permanente no mundo.
Taylor prosseguirá em suas
entrevistas periódicas, com a esperança de conseguir a influência e o apoio de
todos os líderes religiosos do mundo em um esforço para concretizar a paz”.
Estas palavras magoarão, por certo, o coração
paternal do Sumo Pontífice. Com efeito, elas equiparam implicitamente (?) o
Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo na Terra com chefes de igrejolas
heréticas, como o "bispo" luterano de Berlim, e o
"Arcebispo" anglicano de Cantuária. Esta
atitude eqüivale mais ou menos à dos romanos, quando sugeriram a incorporação
de um altar a Jesus Cristo no Pantheon pagão. O Papa
na galeria dos chefes de seitas, ou Jesus Cristo entre os ídolos, que diferença
há?
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Isto é tanto mais doloroso e surpreendente quando,
nesta semana mesmo, o "arcebispo" anglicano de York
pronunciou um discurso em Malton no qual criticou
acerbamente a Igreja Católica porque está lutando contra o comunismo com
excessivo vigor, e favorecendo a divisão do mundo em dois blocos, um comunista
e outro anticomunista. O que, em outros termos, significa que a Igreja Católica
está sendo atacada pelos anglicanos porque Ela se coloca decididamente contra
os piores adversários dos EE.UU. Enquanto isto se dá, os EE.UU. tomam uma
atitude desairosa para com o Papado, para não contrariar excessivamente os
anglicanos.
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Os Srs. Ferenc Nagy, Vladomatchek Grigoren Zuseste, Milian Gravilovitch e George Dimitrov, respectivamente líderes das oposições
da Hungria, Croácia, Rumânia, Sérvia e Bulgária dirigiram-se a ONU solicitando uma
intervenção em favor de seus respectivos partidos absolutamente proibidos de
funcionar pelos comunistas.
Enquanto isto se dá, notoriamente os comunistas não
vacilam em censurar que se tenha fechado o PCB. A contradição é flagrante, e põe a nu a insinceridade
dos sentimentos democráticos ostentados no Brasil pelos comunistas.
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Prossegue o movimento muçulmano na África
Setentrional. Vários líderes políticos do Marrocos Francês acabam de pedir à
ONU a extinção do poderio francês naquela zona, aspiração que do ponto de vista
temporal é defensável, mas que acarretará do ponto de vista espiritual um
movimento de xenofobismo anticatólico,
talvez irresistível.
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Por engano da revisão, publicamos em nossa última
edição no lugar do artigo de fundo intitulado "Vítima Expiatória", da
autoria de nosso diretor, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, o nome de nosso prezado e ilustre colaborador, Exmo. e Revmo. Mons. Ascânio Brandão.
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Comentando o atual congresso do Partido Conservador, o "Times" faz uma singular advertência aos
congressistas, quando sugere que o Partido Conservador aceite o programa
socialista fornecendo contudo homens de estado mais capazes para sua execução.
Em outros termos, isto eqüivale a sugerir que os anti-socialistas
se façam socialistas, o que é um conselho surpreendentemente contraditório e
desleal.