Conforme
havíamos previsto, continuam na Índia as desordens, os derramamentos de sangue,
os conflitos religiosos e raciais. Virtualmente, a Índia está exposta agora a
uma vida de guerrilhas incessantes, que ninguém sabe quando terminarão.
Em
nosso artigo de fundo, expomos pormenorizadamente os efeitos desse sistema, que
tortura a China há tantos anos, que se inaugurou a pouco na Grécia, e que
ameaça estender-se à Itália e França. Na outra extremidade do mundo, é a Índia
que se expõe - com idênticos efeitos - à idêntica tortura. Só lucram os
sovietes com situações tais. E quem levou a Índia a este extremo? Os
socialistas ingleses, com sua louca iniciativa de conceder à Índia plena
autonomia.
Sempre
o socialismo, a fazer de modo mais ou menos velado e oculto o jogo do
comunismo.
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É
o que se pode dizer em relação à Indochina, à qual o governo, também
socialista, do senhor Ramadier, acaba de oferecer,
com idêntica incúria, a autonomia. É um verdadeiro suicídio do Ocidente
cristão, e, mais do que isto, um crime contra o próprio Oriente. O governo Ramadier tem diante dos olhos os efeitos produzidos na
Índia pela imprudência dos trabalhistas. Tão claro está diante de todos os
olhos que haverá agitações violentas na Indochina, logo depois da outorga da
autonomia que até já se cogita em restaurar a monarquia, para opor o ex-imperador aos comunistas que forçosamente se erguerão. A
dois passos da Indochina ferve a Indonésia. Mas nada disto fará recuar o socialismo
francês em sua política insensata...
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O
caso da Grécia merece registro. Ninguém pode entender exatamente o alcance da
reconciliação ali feita. O que se nota é que é precária. Em última análise os
guerrilheiros obtiveram uma representação no governo. Com isto, depuseram as
armas por algum tempo, quites a retomá-las na primeira oportunidade. Porque
manifestamente nada no mundo é mais precário do que a paz na Grécia atual.
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Nem
tudo é deficitário para nós, nesta semana. Temos um fato auspicioso a noticiar.
Na Tchecoslováquia, fez-se uma coligação
anticomunista, que conta com simpatias no próprio governo, e que ameaça
destruir os laços de vergonhosa subordinação que prendem a Tchecoslováquia
à URSS. Tudo isto não se fez, é claro, sem algum contato com o governo dos EUA.
Assim, torna-se possível que os EUA abram no mundo soviético uma brecha,
precisamente como os sovietes abriram na Itália e na Grécia.
Façamos
votos de que estas esperanças tênues se confirmem.