Legionário, N.º 788, 14 de setembro de 1947

7 DIAS EM REVISTA

Conforme havíamos previsto, continuam na Índia as desordens, os derramamentos de sangue, os conflitos religiosos e raciais. Virtualmente, a Índia está exposta agora a uma vida de guerrilhas incessantes, que ninguém sabe quando terminarão.

Em nosso artigo de fundo, expomos pormenorizadamente os efeitos desse sistema, que tortura a China há tantos anos, que se inaugurou a pouco na Grécia, e que ameaça estender-se à Itália e França. Na outra extremidade do mundo, é a Índia que se expõe - com idênticos efeitos - à idêntica tortura. Só lucram os sovietes com situações tais. E quem levou a Índia a este extremo? Os socialistas ingleses, com sua louca iniciativa de conceder à Índia plena autonomia.

Sempre o socialismo, a fazer de modo mais ou menos velado e oculto o jogo do comunismo.

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É o que se pode dizer em relação à Indochina, à qual o governo, também socialista, do senhor Ramadier, acaba de oferecer, com idêntica incúria, a autonomia. É um verdadeiro suicídio do Ocidente cristão, e, mais do que isto, um crime contra o próprio Oriente. O governo Ramadier tem diante dos olhos os efeitos produzidos na Índia pela imprudência dos trabalhistas. Tão claro está diante de todos os olhos que haverá agitações violentas na Indochina, logo depois da outorga da autonomia que até já se cogita em restaurar a monarquia, para opor o ex-imperador aos comunistas que forçosamente se erguerão. A dois passos da Indochina ferve a Indonésia. Mas nada disto fará recuar o socialismo francês em sua política insensata...

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O caso da Grécia merece registro. Ninguém pode entender exatamente o alcance da reconciliação ali feita. O que se nota é que é precária. Em última análise os guerrilheiros obtiveram uma representação no governo. Com isto, depuseram as armas por algum tempo, quites a retomá-las na primeira oportunidade. Porque manifestamente nada no mundo é mais precário do que a paz na Grécia atual.

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Nem tudo é deficitário para nós, nesta semana. Temos um fato auspicioso a noticiar. Na Tchecoslováquia, fez-se uma coligação anticomunista, que conta com simpatias no próprio governo, e que ameaça destruir os laços de vergonhosa subordinação que prendem a Tchecoslováquia à URSS. Tudo isto não se fez, é claro, sem algum contato com o governo dos EUA. Assim, torna-se possível que os EUA abram no mundo soviético uma brecha, precisamente como os sovietes abriram na Itália e na Grécia.

Façamos votos de que estas esperanças tênues se confirmem.