Nestes dias de
sofrimento para tantos povos, e de confusão para todos eles, mais uma voz se
levanta, nas fileiras venerandas do episcopado nacional, para ensinar, orientar
e precaver os fiéis. Desta vez é o mais novo dos bispos diocesanos do Brasil,
que ergue sua voz. Dom Geraldo de Proença Sigaud, S.V.D., bispo de Jacarezinho,
publicou sua Carta Pastoral de saudação ao Rev.mo Clero e fiéis da diocese em
que o pôs a honrosa confiança do Santo Padre Pio XII.
Este documento –
esperado com vivo interesse por quantos conhecem e admiram o jovem e ilustre
prelado – é um verdadeiro tratado, em que os conceitos mais altos e mais
complexos de teologia, de filosofia moral e social, de pastoral e de história
se entrelaçam para formar uma obra
indiscutivelmente notável.
Começamos,
pois, hoje, a publicação dos principais tópicos desse importante documento.
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Essa pastoral
representa, em certa medida, o aperfeiçoamento e desenvolvimento de opiniões,
pontos de vista, observações e pesquisas que o então padre Geraldo de Proença Sigaud já vinha maturando nos tempos saudosos em que fazia parte do corpo
de colaboradores desta folha, e com que contribuiu largamente para marcar e
formar o espírito e a orientação deste jornal.
Publicando hoje
sua pastoral de saudação, não homenageamos somente o bispo, mas também o antigo
companheiro de trincheiras, sempre admirado e sempre lembrado nesta casa.
Para externar
nossa particular admiração a S. Ex.a, oferecemos a nossos leitores um grande
esquema de sua notável pastoral. Este esquema ao mesmo tempo que favorece uma
visão de conjunto de todo o imenso campo de assuntos magistralmente tratados
por S. Ex.a, põe em relevo a estrutura profunda do trabalho. É um guia para o
estudo desse documento tão claro, ordenado e rico. Documento que, por sua
própria natureza, não merece apenas ser lido, mas estudado e meditado.
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Registramos com
verdadeira satisfação a derrota que no recente congresso sindical sofreram os trabalhistas ingleses. É
o próprio operariado da Inglaterra, que se levanta assim contra os pequenos
tiranos sindicalistas, que apoiam o governo trabalhista, e procuram levar o
Reino Unido internamente para o socialismo absoluto, e externamente para uma
vergonhosa colaboração com a URSS.
Felizmente, o
projeto trabalhista de dar ao Estado o direito de remover como gado os
operários de uma fábrica para outra, de uma cidade para outra, parece haver
aberto os olhos do operariado inglês sobre o verdadeiro espírito, os objetivos
profundos do trabalhismo. E, assim, começam a
compreender que a salvação da Inglaterra está, no presente momento, com a
oposição conservadora.
Também na
França, a agitação trabalhista continua num crescendo alarmante. Não parece,
porém, que ali a nota dominante seja o predomínio das tendências sadias e
anti-esquerdistas. Pelo contrário, tem-se a impressão de que a longa manus
dos sovietes é que está dirigindo os acontecimentos. Enquanto isto, o movimento
de De Gaulle passou por mais alguns dias de eclipse,
destes singulares e inexplicáveis eclipses que de quando em quando ocorrem com
o chefe francês. Por que? Não encontramos a menor explicação para o fato, no noticiário da
semana.