Legionário, n.o 787, 7 de setembro de 1947

7 DIAS EM REVISTA

Nestes dias de sofrimento para tantos povos, e de confusão para todos eles, mais uma voz se levanta, nas fileiras venerandas do episcopado nacional, para ensinar, orientar e precaver os fiéis. Desta vez é o mais novo dos bispos diocesanos do Brasil, que ergue sua voz. Dom Geraldo de Proença Sigaud, S.V.D., bispo de Jacarezinho, publicou sua Carta Pastoral de saudação ao Rev.mo Clero e fiéis da diocese em que o pôs a honrosa confiança do Santo Padre Pio XII.

Este documento – esperado com vivo interesse por quantos conhecem e admiram o jovem e ilustre prelado – é um verdadeiro tratado, em que os conceitos mais altos e mais complexos de teologia, de filosofia moral e social, de pastoral e de história se entrelaçam para formar uma obra  indiscutivelmente notável.

Começamos, pois, hoje, a publicação dos principais tópicos desse importante documento.

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Essa pastoral representa, em certa medida, o aperfeiçoamento e desenvolvimento de opiniões, pontos de vista, observações e pesquisas que o então padre Geraldo de Proença Sigaud já vinha maturando nos tempos saudosos em que fazia parte do corpo de colaboradores desta folha, e com que contribuiu largamente para marcar e formar o espírito e a orientação deste jornal.

Publicando hoje sua pastoral de saudação, não homenageamos somente o bispo, mas também o antigo companheiro de trincheiras, sempre admirado e sempre lembrado nesta casa.

Para externar nossa particular admiração a S. Ex.a, oferecemos a nossos leitores um grande esquema de sua notável pastoral. Este esquema ao mesmo tempo que favorece uma visão de conjunto de todo o imenso campo de assuntos magistralmente tratados por S. Ex.a, põe em relevo a estrutura profunda do trabalho. É um guia para o estudo desse documento tão claro, ordenado e rico. Documento que, por sua própria natureza, não merece apenas ser lido, mas estudado e meditado.

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Registramos com verdadeira satisfação a derrota que no recente congresso  sindical sofreram os trabalhistas ingleses. É o próprio operariado da Inglaterra, que se levanta assim contra os pequenos tiranos sindicalistas, que apoiam o governo trabalhista, e procuram levar o Reino Unido internamente para o socialismo absoluto, e externamente para uma vergonhosa colaboração com a URSS.

Felizmente, o projeto trabalhista de dar ao Estado o direito de remover como gado os operários de uma fábrica para outra, de uma cidade para outra, parece haver aberto os olhos do operariado inglês sobre o verdadeiro espírito, os objetivos profundos do trabalhismo. E, assim, começam a compreender que a salvação da Inglaterra está, no presente momento, com a oposição conservadora.

Também na França, a agitação trabalhista continua num crescendo alarmante. Não parece, porém, que ali a nota dominante seja o predomínio das tendências sadias e anti-esquerdistas. Pelo contrário, tem-se a impressão de que a longa manus dos sovietes é que está dirigindo os acontecimentos. Enquanto isto, o movimento de De Gaulle passou por mais alguns dias de eclipse, destes singulares e inexplicáveis eclipses que de quando em quando ocorrem com o chefe francês. Por que? Não encontramos a menor explicação para o fato, no noticiário da semana.