A perseguição
religiosa na Istria continua a acentuar-se. De acordo
com um comunicado de Mons. Antino Santin,
Arcebispo de Trieste, os comunistas iugoslavos
atacaram uma Igreja Católica na Istria, e decapitaram
o respectivo Pároco. Acrescentou o prelado que os comunistas iugoslavos “estão
perseguindo selvagemente a Igreja Católica”. Em outro
lugar da Istria, os comunistas infligiram maus tratos
físicos à progenitora de um sacerdote católico, para obrigar à infeliz senhora revelar
o paradeiro de seu filho.
O assassínio
denunciado por Mons. Antino Santin
deu-se na igreja de Lanischie, e a vítima foi o Pe.
Miro Buselich. Os comunistas irromperam na Igreja, e
alcançaram o pároco junto ao altar, onde o degolaram a golpes de facão. Em
seguida, apunhalaram outro sacerdote, que correra em socorro do Pe. Buselich.
Pensar, depois
disto, na possibilidade de uma política de colaboração entre católicos e
comunistas é afrontar o bom senso mais elementar...
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É felizmente o
que o General De Gaulle compreendeu. Não discutimos o homem nem suas idéias.
Mas é impossível negar que sua atitude de decidida hostilidade contra o comunismo
está fazendo um grande bem à França e ao mundo inteiro. De Gaulle rasgou de
alto a baixo a cortina de sofismas, de perigosos erros ocultos em certas semiverdades que alguns lideres do MRP francês faziam
circular nos meios mais sadios da opinião pública. E, com isto, a malfadada
tentativa do MRP de manter uma política de mão estendida com o comunismo vai se
tornando cada vez mais desacreditada. Notícias procedentes da França nesta
semana informam que o fenômeno de desagregação do MRP e dos demais partidos já
começou, tornando-se cada vez mais densas as fileiras do Rassemblement du Peuple Français, de De Gaulle.
É
inquestionável que De Gaulle está arrancando a França das garras de uma
política errada. Mas para levar aonde? É esta a grande... grandíssima
questão...
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Uma das
melhores críticas ao programa trabalhista inglês, tão atacado presentemente,
procedeu dos arraiais conservadores. A Federação das Industrias Britânicas que
representa 4.200 empresas e 300 associações - uma grande potência da iniciativa
privada, portanto - elaborou um plano de reforma da política do governo,
compreendendo notadamente três sugestões:
1 - que a
Inglaterra procure aproximar-se da Europa Ocidental em vez de cortejar
ridiculamente o comunismo com sua atitude de pêndulo entre o Oriente europeu e
o Ocidente, e que procure assim dominar os mercados europeus livres;
2 - que a
Inglaterra, nesta fase de economias terríveis, renuncie ao propósito igualmente
ridículo de despender milhões de libras esterlinas na aquisição de empresas
particulares que vão funcionando a contento geral, aquisições estas tão
flagrantemente inoportunas que só se podem explicar pela obstinação fanática
dos socialistas em destruir a propriedade privada;
3 – que, à
vista do malogro patente do Estado na direção das empresas particulares que
desapropriou, confie aos particulares a gestão de tais empresas, ou pelo menos
aceite participação da iniciativa particular na direção das empresas públicas.
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Isto nos faz
lembrar o desacerto flagrante da recente desapropriação dos meios de transporte
coletivo em São Paulo. Bem ou mal, a iniciativa privada vinha servindo a
cidade, e se não correspondia às nossas necessidades é só porque a importação
de veículos se tornou quase impossível durante a guerra. O município gastou, na
desapropriação dessas empresas, capitais preciosos que poderiam ter concorrido
para o saneamento e urbanização dos incontáveis bairros pobres da cidade. E
ninguém lucrou com isto, nem mesmo o trânsito. Com efeito, que melhora houve
com todo este gasto? Onde estão as frotas de ônibus novos, os bondes novos, que
o município poderia apresentar como justificativa de desapropriação? Compare-se
o estado raquítico de nossa viação municipal, com o florescimento da pujante
empresa de ônibus Santos-São Paulo, e será fácil
medir a fecundidade da iniciativa privada e a esterilidade da iniciativa pública.
Sugerimos esta comparação para não recorrer ao exemplo da Central do Brasil. E
sirvam estas reflexões para que compreendamos a necessidade de não entregar a
antiga Inglesa às garras da
administração pública.
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Lamentamos que
os Estados Unidos tenham retirado mais alguns efetivos militares da China, na
semana passada. A situação internacional não se apresenta tranqüilizadora. O
presidente da Liga dos ex-Combatentes dos EE.UU. já
declarou, em entrevista sensacional
publicada há dias, que a guerra poderá irromper de um momento para outro,
graças à extraordinária gravidade da situação grega. Discursando em Paris, o
Marechal Montgomery proclamou o mesmo, insistindo
sobre a necessidade de estarem alertadas todas as nações. Não parece este o
momento adequado para debilitar a linha de defesa da civilização, precisamente
em um ponto tão visado pelos comunistas, como é a China.
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Já que falamos
do Mal. Montgomery, lembremos um aspecto curioso de
seu discurso. O ilustre chefe militar, fazendo a enumeração dos meios mais
indispensáveis para a defesa de um país, na era da energia atômica, mencionou
em primeiro lugar “o desenvolvimento do caráter nacional e a questão da
educação”. Para os espíritos superficiais, a verdade parece precisamente o
contrário. Para que construir escolas, que a bomba atômica pode destruir?
Consideradas as coisas do mero ponto de vista da defesa militar contra a bomba
atômica, há algo de mais inócuo do que uma escola?
Montgomery pensa precisamente o
contrário. De nada valerá a um povo ter a bomba atômica como... meio de
agressão, ou ter os melhores meios de defesa contra a bomba atômica, e não
possuir caracteres bem formados, um sistema educativo eficaz.
Verdade
profunda, em consonância absoluta com o pensamento da Igreja e que nos deve
inspirar a nós católicos as mais sadias reflexões.
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Isto tudo nos
faz tremer pelo Ocidente. Na mesma semana em que nos Estados Unidos os esforços
industriais e científicos para a produção de armas de guerra nova estavam
recrudescendo assombrosamente, o Senador Scheridam Downey declarou que "está constituindo grave problema
para o país a redução da natalidade". Desanimado talvez quanto à eficácia
dos meios morais, aquele congressista não apontou outra solução senão a
imigração. Admitamos que, de momento, a imigração solucione o problema do
povoamento. É preciso acrescentar com toda a franqueza que o aspecto menos
importante da questão da queda da natalidade é precisamente o do povoamento. O
lado moral é que predomina. Queda da natalidade significa queda da moralidade,
significa decadência da família. E decadência da família significa forçosamente
decadência da civilização e do Estado, se quisermos continuar fieis ao
princípio de que a família é a base da sociedade. Ou as palavras já não têm
sentido, ou é esta a verdade evidente. Ora, se a imigração pode solucionar o
problema do povoamento, não pode solucionar o problema moral. E é aí que está
todo o mal.
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Não nos
iludamos. Vamos à raiz das coisas. A formação moral é extraordinariamente
difícil em nossos dias, quando - já o proclamou Pio XII - a simples prática dos deveres morais
elementares exige por vezes verdadeiro heroísmo, tais as dificuldades de toda
ordem, que a sociedade contemporânea opõe à pratica do bem. Ora, o heroísmo não
é coisa que naturalmente se possa esperar em matéria tal, de massas inteiras de
homens. Logo, é impossível esperar a reforma moral dos meros meios naturais.
E estamos,
assim, no âmago do problema. Só a Igreja, com seu magistério, seus sacramentos,
seus processos incomparáveis que a ascese e formação da vontade, pode salvar o
mundo contemporâneo da hecatombe.
Assim, pois,
esse meio de salvação mais poderoso do que todas as forças de destruição da
bomba atômica, está nas mãos da Igreja, em nossas mãos, de certo modo. Pensamos
bastante nisto, nós católicos?
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Seria
impossível maior confirmação de quanto temos dito sobre a exacerbação do
sentimento nacionalista dos povos muçulmanos, do que o que vem ocorrendo no
Egito. Esse país pediu espontaneamente sua filiação à ONU, e a obteve. Como
membro da ONU, o Egito tem deliberado assiduamente acerca dos problemas
internacionais, concernentes a outros povos, e em que nada teria que dizer
normalmente. Este direito trazia um dever correspondente. Quando se tratasse de
interesses egípcios, evidentemente o Egito deveria ouvir com boa vontade a
opinião dos outros povos, e sujeitar-se de boa mente às decisões da ONU. Esta
conseqüência é de simples bom senso. Contudo, tal é o paroxismo do espírito de
patriota e de fanatismo muçulmano, que os egípcios prorromperam no Cairo em
manifestações antibrasileiras veementes, só porque
tomamos o lado da Inglaterra. E tudo... tudo isto culminou com um atentado
contra a legação do Brasil. É a este grau de petulância que chegaram povos
ainda há pouco postos em menoridade.
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No que diz
respeito à Índia, as conseqüências que receávamos se confirmaram. A Inglaterra
foi fraca, e, cedendo a utopias sentimentais, deu independência aos hindus. Em
menos de dez dias, segundo estimativas oficiais, as lutas entre os dois Estados
hindus independentes - muçulmanos e bramanistas enfim
- causaram mais de duzentas mil mortes.
Mas podemos
estar bem certos de que os sentimentais "humanitaristas"
que injuriavam a ação colonial da Inglaterra não reconhecerão com isto o erro
em que estavam. É que o humanitarismo é um fanatismo como outro qualquer.