Continua
a campanha dos comunistas franceses contra o prosseguimento da guerra
vietnamita. Por sua obstinação, colocaram o país a beira do abismo. Foi preciso o
dramático apelo de Ramadier ao Parlamento para que a
França não entrasse em liquidação. E, agora, continuam a promover manifestações
contrárias à guerra. Ainda há dias, reuniram em um logradouro público de Paris
duzentos mil adeptos em uma manifestação-monstro, a
favor da cessação das hostilidades. Quem
perde com a cessação da guerra? A França. Quem lucra? A URSS, que ficará
nos bastidores com o governo do Vietnam. A serviço de quem estão os comunistas
franceses, da França ou da Rússia? A resposta não deixa margem à dúvidas.
* * *
Tudo
isto nos faz pensar em quanta razão assiste ao Diretor Federal do Departamento de Investigações dos Estados Unidos
afirmando na semana passada, desassombradamente,
e com toda a responsabilidade de seu alto cargo, que a seu ver o Partido Comunista constitui uma quinta
coluna, absolutamente tão servil a Moscou quanto o eram em relação a Berlim os
agentes nazistas. Acrescentou ainda aquele alto funcionário norte-americano
que achava, como quinta coluna, melhor e
mais eficiente a organização do Partido Comunista do que dos agentes hitleristas.
* * *
Registramos
com a máxima satisfação a notícia de que a
Assembléia Constituinte da Itália incluiu na carta fundamental um artigo em que
só se admite a rescisão do Tratado de Latrão com o
consentimento do Vaticano, e se retira a faculdade para tal às legislaturas
ordinárias.
Não
podemos, entretanto, deixar passar sem um comentário a notícia muito expressiva
de que os comunistas votaram a favor
deste artigo. Ninguém se iluda, com o objetivo de tal atitude. Os próprios dirigentes comunistas
declararam que era com o intuito tático de "evitar discórdias religiosas
nas classes operárias". Este eufemismo se explica facilmente. Com
efeito, os comunistas têm repetidas vezes procurado iludir os operários da
Itália, profundamente católicos, com a afirmação de que eles não combatem
contra a Religião. Tem, mesmo, procurado fundar pequenos "partidos
comunistas católicos", para despertar confusão.
Se
adotam tal tática, é porque lhes convém. E, se lhes convém, não podem tomar no
parlamento uma atitude anti-religiosa que os desmascararia. Este é o fundo das
coisas.
* * *
Nossa época é de confusão. Acabamos de ver um Partido Comunista que vota com os católicos. Na Espanha, aconteceu algo de
igualmente surpreendente. O Partido
Anarquista se pronunciou oficialmente... a favor da volta da monarquia. Não
se trata de engano tipográfico do jornal que publicou a noticia. É a pura
realidade.
Depois
disto, o que mais? Não parecemos ter chegado ao fim da civilização com esta
generalização da confusão, em todos os campos?