Legionário, no 756, 2 de fevereiro de 1947

7 DIAS EM REVISTA

Sua Santidade o Papa Pio XII, gloriosamente reinante, nomeou Sua Eminência Reverendíssima, o senhor Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, para a dignidade de Chanceler da Universidade Católica de São Paulo. O Sumo Pontífice erigiu, ainda, a mesma Universidade em instituto pontifício, o que constitui notável estímulo para o desenvolvimento dessa organização.

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Procedente da Europa, chegou ao Rio de Janeiro, na semana passada, o Exmo. Revmo. Sr. Dom Frei Gabriel Couto, O. Carm. eleito bispo Auxiliar de Jaboticabal, que foi recebido por S. Excia. Revma. Sr. Dom Antônio Augusto de Assis, Arcebispo  daquela Diocese, e altas autoridades Eclesiásticas. Depois de curta permanência na Capital do País, S. Excia. Revma. se dirigiu a esta cidade, onde chegou de avião na sexta-feira pp. O ilustre Prelado hospedou-se no Convento do Carmo, nesta Capital e depois de receber homenagens que lhe serão prestadas aqui e em Itu, sua cidade natal, seguirá para Jaboticabal, onde lhe está sendo preparada festiva recepção.

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O "Jornal" do Rio de Janeiro, publica uma nota muito oportuna, a respeito da atitude do Partido Comunista por ocasião do aniversário de Prestes. Assinala o matutino carioca que todos os  órgãos comunistas do Brasil se transformaram, nesse dia, em verdadeiras poliantéias de Prestes, enquanto os núcleos comunistas, festejavam a "grande" data com sessões especiais, tudo ponto por ponto, que se fazia ao Partido Nazista por ocasião do aniversário de Hitler.

O "Legionário" já teve ocasião de mostrar fatos análogos no cerimonial com que o ex-capitão comparece aos comícios comunistas: ao "fundo" o retrato monumental do führer vermelho; entrada soleníssima, em automóvel que dá volta a pista, sob aclamações gerais, etc., etc.

Quando, outrora, os nazistas se diziam anticomunistas, o "Legionário" punha em dúvida com toda a razão sua sinceridade. Hoje em dia, aos comunistas que se dizem anti-nazistas, fazemos a mesma acusação. As cores das camisas mudam  e nada mais.

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Como noticiamos em nosso último número, o camarada Zuritz, embaixador soviético no Rio de Janeiro, mora confortavelmente instalado em uma vivenda das Laranjeiras, dando recepções fartamente noticiadas nas revistas "grã-finas". Sua filha freqüenta os círculos artísticos, onde a título de "dar informações" faz propaganda do comunismo. Ambos sobem com freqüência a Petrópolis, para tomar parte na season que lá vai animada. E agora, para completar as delícias dessa vida bem instalada, Zuritz mandou vir dos Estados Unidos três geladeiras elétricas, que estão sendo desembarcadas na alfândega e possivelmente, hoje, já estarão funcionando na embaixada.

E o ex-capitão Prestes que afirmou que o povo brasileiro não precisava de geladeiras.

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A propósito disto, e de tanta coisa como isto, um membro do Senado fez uma revelação curiosa: a embaixada russa tem 8 horas diárias de comunicação com a URSS. Para que?

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Aguardamos com vivo interesse a resposta da nota brasileira ao governo soviético sobre o incidente havido com um representante de nosso país em Moscou.

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Na Itália, o inefável Sr. De Gasperi continua sua política de compromissos. Apesar da possibilidade de se apoiar em elementos do centro e da direita, para combater a esquerda, o Sr. De Gasperi faz o contrário. E é bem possível que, a despeito de vigorosas resistências internas no seu próprio partido, à hora em que este jornal sair já esteja constituído novo gabinete de conciliação.

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Na Polônia, as eleições foram um escândalo.

Discursando no Senado americano, o Sr. Vandenberg as qualificou de "trágica mascarada da liberdade".

O embaixador norte-americano protestou contra elas dizendo que tinham sido inteiramente viciadas. Protestou também o representante britânico contra o qual, por isto, se levantou violenta campanha procedente dos sovietes. Londres promoveu o representante, prestigiando-o, assim, moralmente. Só um país não protestou, et pour cause: foi a URSS.

O ex-capitão Prestes e seus companheiros, tão ciosos da liberdade no Brasil, não vêem nem sabem de nada do que seus correligionários fazem em outros países. E por isto não protestam!

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Continuam os erros dos aliados na Alemanha. Um telegrama vindo de Frankfurt informa que as autoridades americanas resolveram, para reeducar o povo alemão e o desnazificar, ensinar aos meninos, nas escolas, danças extravagantes do tipo do jditerburg.