Legionário, Nš 711, 24 de março de 1946

7 Dias em Revista

As declarações do ex-capitão Prestes têm suscitado entre nós uma merecidíssima onda de protestos. Entre estes, queremos destacar o comunicado do Ministério da Guerra e a excelente entrevista do General Canrobert, Chefe do Estado Maior do Exército.

O conhecido chefete vermelho acabou por confessar como verdadeira a acusação que sempre lhe foi feita: seu partido é uma genuína quinta coluna e ele um verdadeiro Quisling.

Tirem daí as conseqüência todos os brasileiros dignos.

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Enquanto o ex-capitão nos promete guerrilhas de parceria com a URSS, a situação internacional piora rapidamente com a confirmação de todas as nossas apreensões sobre o Irã.

Verdadeiramente, percebe-se que a esperança da URSS é de provocar dentro em breve uma revolta no Irã impedindo depois, por meio de um governo Quisling, que o caso fosse levado à ONU.

Que atitude tomarão os membros da ONU?

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Despedindo-se dos EUA, o Sr. Churchill deu notável entrevista, em que ele mostra que se a ONU não resolve o caso, estará morta.

Morta ela e mortas as esperanças de paz.

Corram, pois, as coisas como correrem, a situação vai se tornando cada vez mais parecida com a de Munique. Teremos esse "Munique"?

Ou saberemos intimidar a URSS evitando assim a guerra... na fraca medida em que pode ser evitada?

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Um comunicado nos informa que o governo britânico proibiu a permanência de membros da Família Habsburg na Áustria e fechou o partido legitimista. Ao mesmo tempo, o partido comunista pode funcionar.

Eterna contradição dos liberais que sabem sempre ser severos com os monarquistas e anti-liberais... e são de uma moleza infantil com os totalitários de todo o feitio.

Assim, se um Habsburg tivesse subido ao trono da Alemanha ou da Áustria, os aliados não o teriam tolerado. Imagina-se que perigo! Mas subir à direção da Alemanha um borrador de paredes nascido na Áustria, que importância tem isto?

Hitler subiu... e ai está o mundo em pedaços.

Até onde iremos, neste caminho de incongruências e de erros?