Legionário, N.º 687, 7 de outubro de 1945
7 Dias em Revista
Registramos com suma satisfação a notícia de que o comando norte-americano no Japão cessou os privilégios religiosos de que gozava o paganismo no Extremo Oriente.
Com efeito, segundo tantas vezes noticiamos, a aproximação com o nazismo havia sido funesta aos japoneses, especialmente porque havia reforçado neles, por espírito de imitação, o apego às suas próprias superstições pagãs. Vendo a Alemanha de Hitler e de Rosenberg cultuar Odin, os bonzos nipônicos julgaram que tinha voltado sua era. E leis restritivas, cada vez mais odiosas, prejudicaram a livre expansão do Catolicismo no Império do Sol.
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Essas leis entretanto se ocultavam debaixo de disfarce muito capcioso. Não se perseguia diretamente a Igreja. Mas propagava-se um nacionalismo delirante, que colocava a Igreja Católica - universal, pois - em situação penosa perante a opinião pública. Depois, proibiu-se o apostolado missionário, a ação do Clero estrangeiro - o Sr. Carlos Duarte da Costa deve concordar com isto - etc. etc. E com isto paralelamente os cultos antigos iam renascendo ao bafejo artificial da proteção do Estado. Graças a Deus, a política em boa hora adotada pelos americanos fará cessar tudo isto.
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Comentamos em outro local a atitude inqualificável da URSS na última conferencia internacional. Baste-nos, aqui, acentuar um outro aspecto da diplomacia russa: é sua ostentação de luxo em franca contradição com todos os princípios soviéticos.
Não há muito tempo, os russos condecoraram Eisenhower e Montgomery com condecorações de brilhantes e rubis verdadeiros, calculados em muitas centenas de contos. Eisenhower disse até muito espirituosamente, que não a podia usar em público, porque precisaria fazer se escoltar por uma turma de batedores da polícia, afim de evitar ladrões. Nem a aristocratíssima corte de St. James confere condecorações assim.
Agora, foi o camarada Molotov que, para explicar sua inexplicável conduta diplomática, convocou em Londres toda a imprensa e a recebeu segundo diz um telegrama da Reuters no "magnífico salão da embaixada soviética, sentado junto a uma mesa de magnífico estilo".
Depois disto é mesmo cômodo declamar contra os privilégios, as desigualdades etc. etc. ...
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Para mostrar bem do que teria valido o esforço de guerra soviético sem o apoio aliado publicamos aqui mais este documento.
LONDRES, 23 R - Sir Francis Joseph presidente da Corporação Comercial do Reino Unido anunciou hoje que a Inglaterra forneceu à Rússia pela rota do golfo pérsico mais de 130 milhões de libras esterlinas em mercadorias. Mais de 628 mil toneladas de mercadorias não militares e equipamentos vários foram enviados por esta rota às regiões situadas mediatamente por detrás das frentes de batalha russa. Entre as mercadorias enviadas figuram 34 usinas elétricas completas, pesando 85 mil toneladas, geradores elétricos de cem toneladas e pacotes de agulha. Figuram 257 mil toneladas de gêneros alimentícios, 130 mil toneladas de borracha, e 48.500 toneladas de produtos químicos, mais de 50.000 toneladas de lã, 3 milhões de pares de botinas e um milhão de dólares de diamantes industriais.
Para manter o escoamento das mercadorias, a referida corporação estabeleceu fábricas de botinas na parte norte da Pérsia, para equipar os exércitos russos. Estabeleceu ainda organizações especializadas para a aquisição de matérias primas na Índia, África do Sul e Palestina, matérias destinadas a alimentar suas fábricas na Pérsia.
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Os estudiosos de assuntos bíblicos e históricos se interessarão por certo, pela seguinte notícia:
JERUSALÉM, 3 (R.) - Anuncia-se nesta capital que duas inscrições em hebraico e uma em grego foram encontradas em ossários de pedra, numa tumba secular descoberta a cerca de 1.500 metros ao sul de Jerusalém. Acredita-se que essa descoberta venha lançar novas luzes sobre a crucifixão de Cristo. As inscrições datam do primeiro ano da era cristã e, ao que se diz, são algumas lamentações dos discípulos judeus de Cristo pelo martírio que Jesus sofreu na Cruz. A tumba foi descoberta quando se abriam novos alicerces para a construção de uma casa junto à estrada de Jerusalém a Belém.