Legionário, Nº 681, 26 de agosto de 1945

7 DIAS EM REVISTA

Tínhamos toda a razão em afirmar que as eleições inglesas tiveram um resultado que surpreendeu aos próprios ingleses. É só o que pode explicar como um partido que vinha ao poder saturado de influências vermelhas como o do Sr. Atlee, faz no momento um jogo anticomunista verdadeiramente simpático. É que na Inglaterra a opinião pública é um fato, e jamais toleraria que, para agradar Moscou, se sacrificassem pontos essenciais dos interesses britânicos.

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É muito importante notar a esse propósito que a propaganda comunista costuma apresentar-se como a mais estrênua propugnadora dos direitos e liberdades individuais. No entanto, para que nas regiões ocupadas pela URSS haja um pouco de lisura eleitoral, está sendo necessário que as 2 grandes democracias anglo-saxônicas intervenham energicamente. Em paga, o Pravda, aparente "campeão" da democracia, o que faz? Injuria a Inglaterra e os USA só porque querem nos Balcãs eleições limpas...

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E, depois, é o mesmo Pravda que clama contra o Vaticano, a quem acusa de totalitário, porque a Igreja procura contrariar as manobras do comunismo na Europa. Censura ridícula. Onde de fato sobrevive o regime totalitário é onde a GPU substituiu a Gestapo, é em toda a Europa ocupada pelos soviéticos.

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Lembremos, a este propósito, uma declaração muito importante do Sr. Ernest Bevin, atual ministro do Exterior da Inglaterra, e pessoa muito insuspeita por ser leader do Partido Trabalhista.

Em seu recente discurso na Câmara dos Comuns, mostrou ele que o natural terror que a palavra "fascista" está inspirando, faz com que muitos exploradores acoimem de "fascistas" elementos que absolutamente nada têm de tal. É um "slogan" de propaganda como outro qualquer.

Pois bem. Parecidos com os totalitários pardos nisto como em tudo, os russos gostam de dizer que são fascistas todos os anticomunistas, precisamente como os nazistas para quem todo antinazista era por força um comunista.