Legionário, Nº 676, 22 de julho de 1945
7 DIAS EM REVISTA
Como noticiamos, em lugar oportuno, um dos momentos de mais intensa vibração durante a grande concentração católica do Largo da Sé, foi sem dúvida o em que o locutor, Revmo. Sr. Pe. Oscar Chagas, calorosamente seguido por todo o povo, prestou solene juramento de jamais aceitar as doutrinas comunistas.
Notamos, com estranheza, mais do que isto, com vivo e fundo pesar, que mais de um órgão de nossa imprensa diária omitiu precisamente a parte anticomunista do juramento.
O mais curioso é que esses mesmos órgãos consagraram grande espaço para fazer uma extensa reportagem da concentração, com numerosas fotografias, e em termos de verdadeira simpatia.
Índice alarmante da confusão em que nos debatemos. Porque, afinal, do que serve tanta manifestação de simpatia para com a Igreja, se se receia divulgar sequer, sua incompatibilidade com um de seus piores adversários, que é o comunismo?
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Um dos "prelados" anglicanos acaba de publicar veemente apelo a seus fiéis, no sentido de evitarem o número excessivo de divórcios, que nas fileiras protestantes atingem ao incalculável.
Esta notícia mostra bem que o protestantismo, tendo tido a imperdoável fraqueza de admitir o divórcio, assiste alarmado aos seus frutos forçosos e inevitáveis.
Com efeito, um dos mais graves inconvenientes do divórcio é precisamente que, admitido em uma hipótese só - qualquer que seja ela - tornar-se-á impossível concedê-lo com uma tal generalidade que não degenere em amor livre.
É o que os sociólogos católicos têm demonstrado com um clareza absoluta. E é uma das melhores provas de que essa medida representa de fato a dissolução da instituição da família.
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O "Legionário" já teve ocasião de frisar a singular contradição em que cai o regime soviético quando adapta a seu uso certas práticas próprias as civilizações "burguesas", ou mesmo à civilização cristã que é a civilização por excelência.
Ainda recentemente, fizemos este comentário a propósito das riquíssimas condecorações conferidas pela URSS aos Marechais Eisenhower e Montgomery que eram todas de rubis e brilhantes.
E devemos repetir a observação no que diz respeito à hospedagem luxuosa dispensada pelos sovietes aos Srs. Churchill e Truman, em Berlim. Conforto, largueza, está bem. Mas para que aquelas pratarias, aquela abundância de vinhos finos, de alimentos, aquele esplendor de serviço de mesa, que os sovietes parecem ter timbrado em realçar?
No Brasil, parece que nem mais se poderá importar discos e geladeiras. Mas para os sovietes, não há pratas nem cristais que cheguem!
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Infelizmente, as estatísticas do ano passado nos informam que continua assustadoramente reduzido o número de casamentos no Rio de Janeiro.
Como é óbvio, um único remédio eficaz contra esse mal é, sem dúvida, a ação da Igreja. Só por esse meio se obterá o saneamento moral sem o qual a família não se reerguerá dos escombros em que jaz.
Mas há outras providências que não podemos esquecer. As leis que equiparam, para efeito de aposentadoria, pensão, promoção, as famílias legítimas às ilegítimas, são perigosas e nocivas. Elas favorecem esse declínio do número dos casamentos, pois que implicam no reconhecimento de favores legais aos casais ilegítimos, estimulando-os pois, indiretamente, a permanecer em seu estado irregular.
Nunca será suficiente lembrar a este propósito as palavras com que o Episcopado da Província Eclesiástica de São Paulo pediu, há algum tempo atrás, a revogação de tais leis.