Legionário, Nº 673, 1º de julho de 1945

7 DIAS EM REVISTA

É preciso que todos os católicos emprestem o maximum de sua colaboração ao grande comício que está anunciado para o próximo dia 14 de julho, no Largo da Sé. Com efeito, o tríplice objetivo anunciado pelo edital da Cúria Metropolitana a propósito do grande "meeting", merece o máximo entusiasmo dos católicos.

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É justo que tributemos uma especial manifestação de aplauso ao heróis da FEB. Não só porque serviram ideais temporais sagrados, de âmbito nacional e internacional, como porque estes ideais, no que eles têm de mais elevado, interessam diretamente a própria civilização cristã.

A Igreja é guardiã da moral e do Direito Natural. Não lhe pode ser indiferente que se subvertam todas as normas do direito, que se eliminem todas as prerrogativas da pessoa humana, e que se concentrem nas mãos do Estado atribuições que pela ordem universal das coisas, expressa na natureza e na Revelação, competem à pessoa humana.

Lutar por que um ou alguns países cristãos fossem libertos dessa tirania, já seria grande benemerência, ainda mesmo do ponto de vista religioso. De fato, porém, o totalitarismo nazi-fascista representava um perigo para o mundo inteiro. Compreende-se, pois, que bem mereceram não só da Pátria mas ainda da própria Igreja, os brasileiros que pugnaram por nossa causa nacional, no campo de batalha.

Mas, a respeito da FEB ainda haveria o que dizer. É que essa força combateu à sombra da Cruz, representada pelos numerosos capelães católicos que ali exerceram com tanto devotamento seu ministério sagrado, pelos numerosos e valentes Congregados Marianos que na FEB chegaram a organizar três sodalícios especializados, e pela massa geral de todos os soldados, católicos quase todos sem exceção.

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Igualmente justo é que a população aproveite essa excelente oportunidade para afirmar de público sua adesão às diretrizes da Santa Igreja, em todos os terrenos e de modo especial no terreno dos problemas sociais.

A Pastoral recente de nossos Bispos teve a maior repercussão e constitui ocasião feliz para que o povo testemunhe de público seu inabalável propósito de repudiar com energia inflexível todas as tentativas de organizar o Brasil de modo oposto aos ditames da consciência cristã.

No momento em que vivarmos os patrícios que combateram contra o totalitarismo pardo, devemos lembrar-nos de que ainda está de pé o totalitarismo vermelho.

Seria pois, indispensável que os católicos de São Paulo manifestem de público seu desejo de seguir em tudo a seus Pastores para esmagar a hidra do comunismo com a mesma energia com que a opinião pública cooperou para a derrota do nazi-fascismo.

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E aí tocamos em um ponto de suma importância. Mesmo as melhores coisas não se fazem sem espírito de disciplina. Não basta que queiramos trabalhar, é preciso trabalhar em união com a Santa Igreja. E isto significa em união com a Hierarquia Eclesiástica.

Neste ano se festeja o bicentenário da Arquidiocese de São Paulo, festa esta que interessa a toda a Província Eclesiástica, que de São Paulo se desmembrou sucessivamente.

Não poderia haver melhor ocasião para testemunharmos ao Exmo. Revmo. Sr. Arcebispo Metropolitano que o coração católico dos brasileiros jamais se separará da Hierarquia Eclesiástica.

Nesta festa de patriotismo e de Fé, saberemos mostrar que para nós a Religião só se compreende em união e submissão com a Hierarquia, de sorte que uma Igreja que fosse "católica" mas "livre", que fosse "católica" mas "nacional", que visasse arrancar-nos ao aprisco da Hierarquia, não seria senão uma anti-Igreja.

Somos católicos, apostólicos, romanos pela graça de Deus. E na ligação à Hierarquia que ela mesma se liga pela submissão a seu ápice que é Roma, está a condição de nossa salvação.

Patriotas, ardentemente patriotas, jamais reconhecemos entretanto qualquer influência de nacionalismos estreitos em matéria de Religião.