Legionário, 20 de maio de 1945
7 Dias em Revista
Plinio Corrêa de Oliveira
Chamamos a atenção de nossos leitores para interessante documentação que publicamos em nosso número de hoje, sobre a política religiosa da URSS, sobre o título "A verdade sobre a ‘liberdade’ religiosa na Rússia". Por ali se demonstra claramente que os católicos brasileiros nada têm de esperar de um regime comunista, qualquer que seja o programa que anuncie.
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A este propósito cabe-nos relembrar que, consoante os termos da Encíclica "Divini Redemptoris", do Santo Padre Pio XI, que estamos publicando paralelamente, o regime comunista é intrinsecamente mau, como regime social e econômico fundamental e completamente oposto à doutrina católica.
Nestes termos, ele continuaria perfeitamente incompatível com a Igreja, ainda que não tivesse a coragem de perseguir a livre prática e expansão do culto católico.
É tão impossível ser-se católico e comunista, como católico e protestante.
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E já que tocamos no assunto, é conveniente lembrar que o católico também não pode ser socialista. Di-lo em expressos termos o Sumo Pontífice na Encíclica "Quadragesimo Anno", quando fulmina uma condenação contra a expressão "socialista católico", pois que "socialismo" e "Catolicismo" são termos radical e insanavelmente incompatíveis.
E se o vocabulário humano tivesse expressões ainda mais radicais para desmascarar a omnímoda incompatibilidade do socialismo com o catolicismo, as empregaríamos de bom grado...
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Uma notícia do "Estado de São Paulo" declara que consta, no Rio, que "os comunistas, que se dividem em duas ou três correntes distintas lançarão dentro de algumas semanas jornais diários".
Seria interessante que esses jornais, no primeiro dia, trouxessem na primeira página a discriminação bem exata do dinheiro com que vão ser lançados.
O público brasileiro precisa conhecer não apenas os personagens que figuram no palco, mas nos bastidores da propaganda comunista. Quais são os ricaços que trabalham assim contra a propriedade privada?
Nós lhe poderíamos indicar de bom grado toda uma lista de instituições de caridade em que seu dinheiro poderia ser empregado até o último ceitil.
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Uma leitora do "Legionário", a que devemos a tradução primorosa do livros "Minha Mãe", do Pe. Schrywers, nos enviou há dias uma notícia confrangedora. O ilustre Sacerdote redentorista, de nacionalidade polaca, um dos mais insignes autores espirituais de nosso século, faleceu este ano, vítima dos nazistas.
O Revmo. Pe. José Schrywers, que nasceu em 1876(?), professou na Congregação do Santíssimo Redentor em 1895, e recebeu as sagradas ordens do Presbiterato em 1900.
Seu falecimento será, por certo, largamente lamentado por nosso público, onde seus trabalhos eram de sobejo apreciados e conhecidos.
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Uma reportagem curiosa sobre os subterrâneos nazistas de Berlim, informa que se encontrou, na respeitável profundidade de 18 m, a câmara radiofônica de onde o "marechal" Hermann Goering irradiava seus apelos incitando o povo alemão à resistência.
Tarefa cômoda, quando se está tão bem protegido. Pormenor, por outro lado, cuidadosamente ocultado pelos nazistas. Et por cause.