Continuam, nas duas câmaras inglesas, as discussões
em torno do caso grego. E mais uma vez acentuamos a “coincidência” de tais
“casos” surgirem apenas nos países libertados pelos Aliados. Temos o caso
belga, o caso italiano, o caso grego. Todos eles explorados pelas agências
noticiosas desfavoravelmente a Londres e a Washington.
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A julgar pelas notícias divulgadas pelas mesmas
agências telegráficas ter-se-ia a impressão de que reina a mais completa ordem
nos países ocupados pela Rússia soviética. Estonianos, letões, lituanos, rumenos, búlgaros, estariam contentíssimos com o domínio
soviético e não teriam problemas políticos a resolver com o argumento das ¨tommy guns¨.
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A verdade, porém, é que a Rússia soviética não vira
as costas aos seus inimigos e os mantém agrilhoados e vigiados por sua polícia
política. A Rússia sabe que valor deve atribuir às apregoadas “liberdades
populares”. E não satisfeitos em manter escravizados os infelizes patriotas que
não desejam para sua terra nem o domínio nazista nem o domínio comunista, os
dirigentes soviéticos dirigem, com mão de gato, as perturbações e obstruções
políticas nos países libertados pelas Nações Unidas. O próprio Churchill se referiu a essa
intervenção dos agentes provocadores comunistas. E dizer-se que a III
Internacional está fechada...
As pretensões soviéticas sobre a Polônia continuam a agitar
a opinião pública internacional.
Com efeito, foi em defesa da integridade da Polônia
que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha nazista. E a Polônia tem sido uma
fiel colaboradora das nações unidas. Não faltam comentaristas a acenar,
dramáticos, para o perigo de uma paz em separado da Rússia com a Alemanha e o
Japão no caso da Inglaterra insistir na oposição ao desmembramento da Polônia.
A Alemanha, a Rússia e o Japão repartiriam o
mundo...
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Este argumento mostra que, para os Estados
totalitários como a Rússia, de nada vale o Direito Internacional e o princípio
das soberanias nacionais. São Estados que apenas usam
o argumento da força, quando não conseguem seus objetivos por golpes de
política de baixo império.
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E nesta altura dos acontecimentos é interessante
citar as declarações do presidente Roosevelt aos jornalistas
norte-americanos no sentido que de "nunca houve nenhuma Carta do
Atlântico", apesar das nações unidas continuarem a seguir os seus
princípios... Expressou o primeiro magistrado norte-americano que ele e Churchill nunca assinaram uma
"Carta do Atlântico" completa, se bem que cada um possua um memorando
incompleto, assinado pelo outro."
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Enquanto isto se dá, o Sr. Joseph
Goebbels publica mais um
artigo no "das Reich" em que afirma que
"a vitória virá um dia como um fenômeno natural. Surgirá subitamente,
anunciada sem grandes alardes, mas com uma força que será capaz de mover
montanhas". Acrescenta que "os acontecimentos atuais são indicações
da vitória alemã. Basta saber interpretá-los apropriadamente".
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Ora, há meses atrás o mesmo Sr. Goebbels
publicou no mesmo "das Reich" um artigo em
que, batendo na mesma tecla da vitória alemã apesar das aparências
desfavoráveis, dizia entre outras coisas que "o século vinte, com o
socialismo, há de afirmar-se em definitivo, apesar de quantos
obstáculos se interponham no seu caminho. Nunca acreditamos tão firmemente na
vitória alemã como nestes últimos meses e anos".
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Por outras palavras, a vitória do socialismo seria
a vitória do nazismo. Com efeito, não é ele o nacional-socialismo?
E desde que a Rússia também começou a adotar uma forma nacional de governo, seu
socialismo deixou de ser internacional, para ser nacional. Temos, assim, o nacional-socialismo de Hitler e o nacional-socialismo de Stalin. Ambos expansionistas...
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Um fato patente, que vem confirmar as palavras de Goebells, é a desproporção entre a reação nazista contra a
invasão aliada e contra a ofensiva russa, de que é testemunha a última
contra-ofensiva do general Rundstedt na frente
ocidental. Por este e por outros sinais, verifica-se que a Alemanha prefere ser
invadida pelos comunistas do que pelos anglo-americanos.
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Por aí se vê, mais uma vez, a comédia que encerra a
oposição entre nazismo e comunismo.
Na luta contra o comunismo e o nazismo tenhamos
sempre em mente a necessidade e o dever de sermos católicos antes de tudo. Não
reconheçamos outro Salvador para a humanidade senão Aquele cujo nascimento a
Santa Igreja celebra no dia de amanhã.