Legionário, N.º 644, 10 de dezembro de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Aproximam-se as forças soviéticas de Viena. Subjugado desde o trágico Anschluss pelo nazismo, o infeliz e católico povo austríaco passa para a mão de novos algozes. Lamentamos que o ritmo das operações militares das nações unidas não tenha livrado a Áustria desta nova desgraça.

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Não é de hoje que o LEGIONÁRIO insiste sobre o aspecto revolucionário desta guerra. Criando o falso dilema comunismo-nazismo, as forças que manejam os cordéis da política internacional agora criaram um novo binômio para desviar a opinião mundial da verdadeira solução do problema de após-guerra. Falam os telegramas desta semana da luta civil desencadeada na Grécia e provocada de um lado pelo que as agências telegráficas denominam imperialismo capitalista, e de outro pelo comunismo soviético.

A um só tempo, portanto, vemos as tropas vermelhas que "salvam" e "protegem" o antigo e cristianíssimo império austro-húngaro contra o banditismo nazista, e os agentes de Moscou a provocarem a reação da população grega contra um governo simpático às Nações Unidas.

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E, se examinarmos esses e outros fatos correlatos como o da Yoguslávia com o "marechal" Tito, veremos que não andaremos longe da verdade afirmando ser esta guerra aquela conflagração mundial prevista e preconizada por Lenine para esmagar os últimos redutos de resistência dos povos cristãos contra a onda avassaladora do Estado totalitário socialista.

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O mundo viu, estarrecido, não há muitos dias, no caso de Varsóvia, o que se pode esperar do Kremlin ao chegar o momento de se estabelecerem novos governos nos países libertados do jugo nazista. Em que pesem as reiteradas afirmativas de que a III Internacional não mais existe, os fatos têm uma linguagem mais eloqüente que as arengas do Tsar vermelho.

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E depois da Polônia temos agora o caso da Grécia, em que os sovietes procuram apunhalar seus aliados pelas costas, dificultando, por intermédio de seus agentes provocadores, o estabelecimento de um governo capaz de cooperar com as nações unidas.

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Vencida a guerra com o auxílio do imenso potencial em homens e materiais dos países cristãos do Ocidente, vemos claramente delineada a manobra das forças da esquerda no sentido de se valer dessa vitória para a implantação do comunismo nos países libertados. Confiamos, porém, na força de reação desses povos que, uma vez livres da opressão do nazismo e do fascismo, também saberão sacudir, com a ajuda de Deus, o não menos odioso jugo do comunismo.