Aproximam-se as forças soviéticas de Viena. Subjugado desde o trágico Anschluss pelo nazismo, o infeliz e católico povo
austríaco passa para a mão de novos algozes. Lamentamos que o ritmo das
operações militares das nações unidas não tenha livrado a Áustria desta nova
desgraça.
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Não é de hoje que o LEGIONÁRIO insiste sobre o
aspecto revolucionário desta guerra. Criando o falso dilema comunismo-nazismo,
as forças que manejam os cordéis da política internacional agora criaram um
novo binômio para desviar a opinião mundial da verdadeira solução do problema
de após-guerra. Falam os telegramas desta semana da luta civil desencadeada na
Grécia e provocada de um lado pelo que as agências
telegráficas denominam imperialismo capitalista, e de outro pelo comunismo
soviético.
A um só tempo, portanto, vemos as tropas vermelhas
que "salvam" e "protegem" o antigo e cristianíssimo império
austro-húngaro contra o banditismo nazista, e os agentes de Moscou a provocarem
a reação da população grega contra um governo simpático às Nações Unidas.
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E, se examinarmos esses e outros fatos correlatos como o da Yoguslávia com o "marechal"
Tito, veremos que não
andaremos longe da verdade afirmando ser esta guerra aquela conflagração
mundial prevista e preconizada por Lenine para esmagar os
últimos redutos de resistência dos povos cristãos contra a onda avassaladora do
Estado totalitário socialista.
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O mundo viu, estarrecido, não há muitos dias, no
caso de Varsóvia, o que se pode esperar do Kremlin ao chegar o momento
de se estabelecerem novos governos nos países libertados do jugo nazista. Em
que pesem as reiteradas afirmativas de que a III Internacional não mais existe,
os fatos têm uma linguagem mais eloqüente que as arengas do Tsar vermelho.
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E depois da Polônia temos agora o caso
da Grécia, em que os sovietes procuram apunhalar seus aliados pelas costas,
dificultando, por intermédio de seus agentes provocadores, o estabelecimento de
um governo capaz de cooperar com as nações unidas.
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Vencida a guerra com o auxílio do imenso potencial
em homens e materiais dos países cristãos do Ocidente, vemos claramente
delineada a manobra das forças da esquerda no sentido de se valer dessa vitória
para a implantação do comunismo nos países libertados. Confiamos, porém, na
força de reação desses povos que, uma vez livres da opressão do nazismo e do
fascismo, também saberão sacudir, com a ajuda de Deus, o não menos odioso jugo
do comunismo.