A imprensa diária se ocupou do caso de um japonês,
pastor da seita adventista do sétimo dia, condenado
pelo Tribunal de Segurança Nacional, por haver insuflado seus prosélitos, soldados do
exército, a só obedecer às ordens não contrárias aos preceitos da igrejola, entre os quais se acha o de não matar, nem mesmo
em defesa da pátria!
Como bem ponderou um dos juizes do Supremo Tribunal
Federal que julgaram o respectivo pedido de "habeas-corpus", trata-se da
pregação de idéias que encerram um verdadeiro suicídio nacional, o que
aconteceria se todos soldados brasileiros se recusassem a matar o inimigo, em
tempo de guerra.
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Este fato concreto se presta a interessantes
considerações. Com efeito, de acordo com a doutrina católica, o poder civil
somente deve ser exercido de acordo com a lei de Deus. Prescrevendo qualquer
coisa contrária a esta lei, exorbita de sua autoridade e nenhum direito tem à
obediência do cidadão.
Dir-se-á: onde vai parar a eficácia das leis? Esta
doutrina será uma porta aberta à desordem, pois ficará ao alvitre da
consciência de cada um o discernimento entre as leis opostas ou não à Lei
Divina. É o caso do Pastor adventista.
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Tal objeção foi admiravelmente resolvida pela
Pastoral Coletiva do Episcopado norte americano, publicada quando do Concílio
Plenário de Baltimore em 1855:
"Este incontestável princípio não pode ter no
sistema católico as mesmas conseqüências que nos das seitas. Nestas, o
indivíduo é o último juiz do que a lei de Deus manda ou proíbe, e está
consequentemente exposto a pretender a sanção da mais alta lei, para o que, em
suma, pode ser, e é muitas vezes, mera sugestão de um ânimo indisciplinado, ou
imaginação perturbada”.
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E prosseguem os Prelados norte-americanos:
“Não se pode esperar que o governo civil reconheça
uma autoridade que nenhuma garantia tem de seu caráter divino, e nenhum limite
em sua aplicação, sem expor o Estado à desordem e à ruína".
“O católico tem um guia na Igreja, instituição
divina, que o habilita a discriminar entre o que a lei de Deus proíbe ou
concede, e esta autoridade o Estado é obrigado a reconhecer como suprema na sua
esfera de ensino moral tanto quanto dogmático”.
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Muito bem dizia Veuillot que a Igreja é a
Autoridade e o protestantismo, o livre exame... Aí está porque no catolicismo
não há lugar para os Sargentos York.
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E por falar em protestantismo, é curioso observar
que a agência Reuters
acaba de transmitir aos quatro cantos do mundo a notícia de que um pequeno
grêmio protestante, “sem maior influência”, como diz o despacho telegráfico,
aprovou em Londres uma resolução afirmando que o Papa ou os representantes do
Vaticano deveriam ser
excluídos da mesa da Conferência da Paz.
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Como acabamos de ver aqui no Brasil, e como vários
outros países também já experimentaram, certas seitas protestantes [de] que são
exemplares os adventistas e as “Testemunhas de Jeová”, se mostram contrárias à guerra, qualquer que ela seja.
Este telegrama de Londres nos informa que há também
grupinhos protestantes contrários à própria paz.
Com efeito, ninguém ignora que os germens da guerra
atual foram produzidos pela Conferência de Versailles, por não querer seguir a voz de Bento XV. De novo e em breve teremos a repetição do conflito, se a
política de ódios e os planos Morgenthau se
substituírem aos princípios da paz como fruto da justiça esposados pelo Sumo
Pontífice Pio XII, cabeça de toda a Igreja, Pai e Doutor de todas as
nações.