Legionário, N.º 642, 26 de novembro de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Aplaudimos sem reservas a atitude do governo venezuelano, constante do seguinte telegrama:

“WASHINGTON, 11 (R.) – Segundo declarou hoje à "Reuters” uma fonte autorizada o memorando da Venezuela ao Departamento de Estado não rejeita o Plano de Dumbarton Oaks mas faz sugestões à sua melhora. Os principais pontos salientados nesse memorando são: 1º) foram dados poderes demasiado amplos ao conselho de Dumbarton Oaks, enquanto que a assembléia não teve poderes nenhum; 2º) o propósito da organização é manter a paz de acordo com os tratados mas a mesma não tem o direito de intervir nas negociações de tratados; 3º) que os casos das grandes potências sejam também entregues ao tribunal de justiça internacional.

Anuncia‑se aqui que o memorando será possivelmente publicado em Caracas”.

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Tudo quanto diz respeito a Anchieta interessa nossos corações de católicos e paulistas.

O Sr. Interventor no Estado do Espírito Santo, em entrevista concedida à imprensa do Rio, manifestou seu­ desejo de fundar na cidade de Anchieta uma escola de pesca nos moldes da "Marambaia" do Dr. Luiz Miranda, em homenagem ao Venerável José de Anchieta, fundador daquela localidade.

Nossos aplausos.

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Há poucos dias, regozijamo‑nos com a corajosa resistência oposta pela Pérsia às pretensões soviéticas referentes a jazidas petrolíferas localizadas em território iraniano.

Infelizmente, somos obrigados a informar que o gabinete persa, por motivo de pressão soviética, foi obrigado a se demitir, substituindo por outro de tendências mais “conciliatórias”... ou, entenda-se, por outro que, sem se declarar comunista, faz veladamente o jogo de Moscou.

Sirva-nos este exemplo para revigorarmos no Brasil a vigilância contra o perigo comunista.

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Lamentamos que, na França, haja sido condenado a 5 anos de prisão "por motivo de cooperação com o inimigo" o Vigário de Arras.

Ninguém foi e continua a ser mais anti-colaboracionista do que o LEGIONÁRIO. Mas esse "anti-colaboracionismo" não pode servir de motivos para excessos censuráveis.

Assim, é preciso reconhecer que, se os colaboracionistas erraram gravemente, e muito deles erraram culposamente, não é pura e simplesmente a qualquer colaboracionista que se deve atirar a pecha de traidor. Houve muito mal entendido em todo este assunto, e se os altos condores - ou abutres - da politicagem não tinham o direito de se equivocar, muita gente do público poderia facilmente ser induzida em erro. Neste caso, estava certamente o Vigário de uma cidade de segunda importância como Arras.

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Ademais, a vindita justa, justíssima, da França e de seus aliados, não deve atingir pessoas de segunda importância, mesmo quando culpadas. Com efeito, isto desmoralizaria a própria reação anti-colaboracionista. É preciso exercer a punição nos verdadeiros culpados da alta política, da alta finança, do alto jornalismo, nas figuras de primeira plana e nas de bastidores, deixando numa inevitável impunidade as pessoas tão numerosas que "colaboraram" em papéis sem importância.

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Por fim - e entra aqui o principal - um católico, de qualquer país que seja, jamais poderá concordar em que os Sacerdotes sejam entregues à justiça secular, sem uma precedente autorização da Santa Igreja. Se se quer punir um Sacerdote, seja ele denunciado ao foro eclesiástico, onde ele encontrará justiça plena, ministrada com imparcialidade e o respeito devido à sua alta dignidade. O Estado jamais terá de se arrecear da imparcialidade da Igreja. É este um princípio de importância capital.