Legionário, N.º 640, 12 de novembro de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Notícias procedentes de Pernambuco informam que na localidade denominada Serinhaém um grupo de bêbados penetrou em um antigo Convento Franciscano, abandonado, e mutilou várias imagens sacras, que em seguida atirou ao fundo de um poço. O abominável acontecimento encontrou, porém, um pronto e enérgico revide que bem demonstra a piedade ardente e sincera de nossas populações sertanejas. Em sinal de protesto contra as profanações, o comércio local cerrou as portas durante todo o dia seguinte, e a população enviou moções de desagravo ao Exmo. Revmo. Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, e aos beneméritos PP. Franciscanos. Além disto, efetuou-se uma procissão reparadora em que tomaram parte cerca de três mil pessoas que conduziram velas acesas, entoando cânticos e hinos religiosos, sob a direção do Revmo. Pe. Mousinho, pároco interino.

Se em uma cidade como São Paulo ou Rio houvesse igual fervor, que reparações teríamos de oferecer a Nosso Senhor pelas praias, pela jogatina e pela corrupção que profanam quotidianamente a população cristã, que profanam as almas que Cristo Senhor Nosso remiu, e que são templos vivos do Espírito Santo!

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Julgamos conveniente transcrever na íntegra este resumo telegráfico de um magnífico discurso pronunciado por Lord Selborne, Ministro da Guerra Econômica da Grã Bretanha.

"LONDRES, 4 (R) Lord Selborne, Ministro da Guerra Econômica, disse hoje que se uma maioria socialista se registrar novamente na eleição geral, isso significaria a continuação da regulamentação do Estado sobre a vida do povo, dos esmagadores impostos e da substituição gradual dos empreendimentos privados pelo monopólio do Estado. "Devemos, acrescentou, nos opormos a isso a todo custo. Acreditamos estar travando a guerra em prol da liberdade e eu desejo ver restauradas as liberdades na Inglaterra. Mesmo que o Estado seja mais eficiente do que o empreendimento particular, a liberdade é mais importante que a eficiência; na realidade, porém, o Estado é incomparavelmente menos eficiente do que o empreendimento particular. O que levou o comércio britânico a todo o mundo foi o empreendimento de indivíduos particulares. E [se] lhe retirarmos a oportunidade ou o incentivo para recomeçar seus trabalhos, tiraremos a mola mestra de nossa máquina industrial”.

Reflitam sobre estas sábias palavras quantos procuram num mimetismo imprudente imitar tudo quanto nos vem da Europa.

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Continua a derrocada da igreja anglicana. O protestantismo, deslizando pela rampa fatal de seus princípios liberais, coopera cada vez mais intimamente com o bolchevismo. Essa cooperação não é promovida apenas por alguma seita popular e demagógica, do feitio dos batistas. É a mais aristocrática e conservadora das seitas protestantes, é a própria facção anglicana, chefiada espiritualmente pelo Rei da Inglaterra em pessoa, que vai abrindo as comportas.

Assim, com a presença do Dr. Henry Wilson, “bispo" de Chelmsfordm, se realizou um “Congresso de Cooperação e Amizade com a União Soviética" em Londres. Na sessão inaugural, aquele “prelado” declarou que: "a aparição da Rússia no cenário europeu era o acontecimento mais importante dos tempos modernos". Em seguida, manifestou sua esperança de que a Rússia soviética altere a mentalidade alemã depois da guerra, e disse textualmente: “o poderoso braço da Rússia terá grande poder educador na Alemanha". Assim, pois, é o "poderoso braço russo" que deverá modelar a Alemanha de amanhã, o que fará sem dúvida segundo os princípios soviéticos.

À vista de tudo isto, não estranha que o Congresso tenha despertado nos meios comunistas o mais vivo contentamento. Os prefeitos de Stalingrado e Leningrado - entenda-se Moscou e Petrogrado – telegrafaram hipotecando-lhe sua solidariedade.