Infelizmente, confirmaram-se as previsões
pessimistas da imprensa portuguesa, e de um grande diário de New York: a visita do Sr. Churchill a Moscou não surtiu os resultados
que se esperavam, ao menos quanto à Polônia. Certos títeres da política polonesa, que constituem um
"governo" sovietizante de "quislings" vermelhos, continuam
"intransigentes" ante as propostas britânicas. Usando uma expressão
popular, seria o caso de perguntar: intransigentes, com que roupa? De onde lhes
veio força para essa “intransigência”? Quem são eles para transigir ou não
transigir? A coisa é clara. Só o apoio soviético poderia dar-lhes meios para
manter sua atitude. É, pois, o bolchevismo que não aceita as sugestões da
Inglaterra.
* * *
E que sugestões são essas? Quando o nazismo
desfechou contra a Polônia sua grande investida, a Inglaterra e a França entraram em guerra,
a fim de garantir a integridade do território polonês. Não vale a pena
relembrar coisas já sabidas: o auxílio aliado não teve a eficácia desejável, e a
Polônia só tinha uma salvação: a Rússia. Que fez esta? Assinou o infame pacto de partilha com o
III Reich, que deixava o nazismo senhor de
importantes territórios na Europa Oriental, e com os braços livres para
combater na frente ocidental. Por fim, Hitler atirou-se sobre os
sovietes, e veio toda a luta de que nos lembramos. Os ingênuos poderiam esperar
que, arrependida do crime feito contra a Polônia, a URSS, pelo menos agora,
consentisse no restabelecimento de uma Polônia independente. Oh, ingenuidade! Maquiavelicamente, os sovietes deixaram
soçobrar o pugilo heróico de defensores de Varsóvia, que se batiam contra os nazistas. Diabolicamente
astutos, queriam que os nazistas penetrassem na cidade, para os expulsar daí,
conquistando assim a capital polonesa, e lá instalando um governo soviético. O
que Churchill foi pleitear foi, sem dúvida, que esse
governo soviético de "quislings" fosse
expulso, e substituído pelo governo polonês livre de Londres. E foi isto que os sovietes não quiseram admitir.
Assim, seu plano se positiva: eles desejam a bolchevização da Europa oriental... por oras.
Por oras? Sim, porque seria ingenuidade imaginar
que a URSS se contentará com isto. O que ela quer é a bolchevização
do mundo. É para lá que parecem encaminhar-nos por enquanto os acontecimentos.
* * *
O general Arnold, comandante da força aérea do exército dos Estados
Unidos, anunciou que, a menos que se verifiquem em combates aéreos sobre a
Alemanha perdas inesperadas
e muito elevadas, a força aérea do exército dispensará as mulheres empregadas
em serviço de pilotos na força aérea, ou sejam, as "Wasps",
em 20 de dezembro.
Acrescentou o general Arnold
que a decisão de dispensar as pilotos voluntárias era baseada nas atuais
indicações de que, em meados de dezembro, haverá pilotos masculinos suficientes
e disponíveis para preencher todas as necessidades de aviadores dos EE.UU.
* * *
Esta notícia merece franco aplauso. Com efeito, a
mulher tem na sociedade um papel de tal maneira delicado e fundamental, que
tudo quanto a desvie desse papel trás consigo o risco de subverter gravemente a
organização social. Assim, uma das mais importantes preocupações deste momento
deve consistir em promover quanto antes a normalização da vida civil, com o
retorno gradual das mulheres ao lar, na medida em que as circunstâncias o forem
permitindo.