Legionário, N.º 629, 27 de agosto de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Por ocasião do falecimento de sua Eminência, o Cardeal Luigi Maglioni, Secretário de Estado da Santa Sé, recebeu S. Excia. Revma. o Sr. Dom Bento Aloisi Masella, Arcebispo Titular de Cesarea na Mauritânia e Núncio Apostólico no Brasil, os pêsames oficiais do governo brasileiro que, por meio do Itamarati, significou a S. Excia. Revma. o pesar de toda a nação, por motivo do passamento do ilustre Prelado.

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Nada mais simpático do que as manifestações promovidas nesta Capital, por motivo do segundo aniversário do ingresso do Brasil na guerra. O LEGIONÁRIO que, por vezes com o maior sacrifício, moveu contra o totalitarismo uma campanha que já representa muitos anos de luta, se associa de coração ao júbilo nacional por motivo de nossa ativa participação na luta contra as hostes pardas. Quando muitos patrioteiros do momento presente nos aconselhavam "prudência", "moderação", "equilíbrio" em nossa luta contra o totalitarismo, já éramos francamente a favor da declaração de guerra. Talvez eles não se lembrem disto agora, quando sem perigo podem declamar eloqüentemente contra o nazismo... e efetivamente declamam com uma ênfase bombástica que lhes teria ficado muito melhor há três anos atrás. Mas o fato é que o LEGIONÁRIO foi dos mais remotos e francos prenunciadores da nossa declaração de guerra ao "eixo". O dia comemorativo de tal acontecimento foi, pois, para nós, um dia de júbilo em que nos irmanamos cordialmente com todas as manifestações levadas a cabo para celebrar a data.

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Tudo isto nos dá direito de afirmar que, nas justíssimas manifestações que a tal respeito se fizeram, houve um pormenor que nos desagradou profundamente. Foi ver o retrato de Stalin entre os dos Chefes de Estado das Nações aliadas.

Já temos dito mil vezes que apreciamos ardentemente as vitórias russas sobre os nazistas. Mas isto não quer dizer que possamos fechar os olhos a um fato evidente: é que a popularidade que Stalin adquire com essas vitórias tem um alcance muito maior do que à primeira vista se poderia supor, e significa um perigo para a civilização católica.

Com efeito, na glorificação de Stalin se envolvem promiscuamente coisas muito diversas: os louros dos campos de batalha, e o programa de reorganização social. Se esses louros são envenenados, se, respirando seu perfume, devemos inalar juntamente com ele o odor pestífero da doutrina comunista, deixemos de lado esses louros. A culpa disto será do próprio Stalin que não poderá pretender que suas vitórias lhe dêem o direito de espalhar pelo mundo inteiro a revolução social.

Por isto mesmo, também lamentamos que em outra manifestação altamente simpática, que se promoveu no largo São Francisco para celebrar os sucessos dos "maquis" na gloriosa capital francesa, entre outras bandeiras que decoravam a sacada da Faculdade de Direito, figurasse a da União Soviética.

A bandeira soviética não é apenas o símbolo de um país, mas de uma doutrina. A opinião pública não pode fazer certas distinções. Se hoje saúdo nesse símbolo o povo russo, amanhã saudará no mesmo símbolo a detestável ideologia que constitui a grande desgraça da Rússia.

Aliás, desde que o Brasil não tem relações oficiais com os sovietes, não podemos nem devemos considerar nossa aliada a URSS. Ninguém pode ser aliado de alguém a quem oficialmente ignora. Assim, pois, parece-nos inteiramente intempestivo colocar a bandeira soviética em lugar que dê a impressão de uma aliança que está longe, e graças a Deus muito longe, de existir.

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Segundo publicação no "Diário Oficial", fundou-se em Tabapuan, comarca de Catanduva, um "Lar dos Pobres" chamado "Joana D'Arc". Esta instituição se declara espírita "tem por fim a caridade e por credo religioso os ensinamentos proferidos por Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Alan Kardec".

É sempre a tática da confusão. O pobre povo rural de Tabapuan saberá bem o que é "espírita"? O fato é que sabe quem é Nosso Senhor Jesus Cristo. E entenderá provavelmente que se trata de coisa católica!

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Telegrama de Moscou informa que o general Sixt von Arnin aprisionado pelas tropas soviéticas aderiu à "União dos Oficiais Alemães" constituída em Moscou, e que já conta com o apoio de 24 generais.

Von Arnin, e seus outros colegas de generalato não poderão deixar de ver que essa "União" servirá de futuro aos planos de expansão bolchevista na Alemanha.

Sua adesão ao mencionado organismo não constitui, pois, um título à clemência das Nações Unidas, mas, pelo contrário, mais um crime por eles perpetrado contra a Cristandade. Serviram a Belial com camisa parda, servi-lo-ão de futuro com camisa vermelha.