Legionário, N.º 622, 9 de julho de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Lemos com a mais simpática e profunda emoção a notícia de que o Santo Padre Pio XII gloriosamente reinante, recebeu em audiência particular o General Charles De Gaulle, com quem teria tratado "dos princípios políticos que regem as intenções do Governo Provisório Francês".

Tudo quanto signifique a reconstrução de uma França cristã e poderosa encontra nos corações verdadeiramente católicos uma gratíssima ressonância.

O general de Gaulle tem diante de si um papel histórico magnífico. Queira Deus que o desempenhe para prosperidade e glória da França e da Igreja.

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O discurso do Sr. Winston Churchill publicado na 6ª feira pp. confirma a eficácia das bombas voadoras que os alemães tem lançado sobre Londres.

Se bem que o emprego dessa nova arma não possa alterar o curso, já agora inevitável das operações militares pelas quais chegaremos a vitória, presta-se a um comentário importante.

Com efeito, é digno de nota que, nas maiores agruras da luta contra a Rússia, os nazistas não se utilizaram desta terrível arma, que conservavam secreta. Reservavam ciosamente para Londres as 2754 bombas que despejaram até agora sobre a capital britânica.

Isto prova que os verdadeiros inimigos do nazismo não são os comunistas.

Por exemplo, o que teria sido feito da resistência de Stalingrado se contra ela se tivesse empregado esta arma secreta?

A arma só foi inventada agora? Neste caso, porque não está sendo utilizada para destroçar os grandes centros industriais e entroncamentos ferroviários na Rússia?

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O Instituto da Ordem dos Advogados da Bahia telegrafou a nosso governo pedindo que conceda anistia geral aos presos políticos existentes no país.

O pretexto da medida é a necessidade da união nacional.

Julgamos a iniciativa simplesmente... cínica.

Com feito, é possível que haja presos políticos que não sejam comunistas e a quem convenha indultar. Em tese, a idéia é muitíssimo simpática. Mas há também prisioneiros comunistas. Pretenderá a Ordem dos Advogados de São Salvador que estes também devem ser indultados? E pretenderá que a libertação de desordeiros concorra para a unidade nacional?

Absurdo sobre absurdo. Simplesmente incrível!

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Um Sr. Barreto Leite F. escreveu recente artigo sobre a "missão universal do Vaticano", em que pleiteia o que chama a "internacionalização do Sacro Colégio", para que o Vaticano possa desempenhar melhor sua tarefa internacional.

Como sobre as possíveis intenções do Santo Padre a este respeito alguma insistência se vem fazendo, julgamos oportuno acentuar que:

1) o problema é de exclusiva alçada do Romano Pontífice, não sendo, nem conveniente, nem respeitoso, torná-lo objeto das digressões frívolas de toda espécie de foliculários;

2) qualquer que sejam as vantagens ou desvantagens da medida pleiteada, não se pode afirmar a este propósito, direta ou indiretamente, que os Prelados italianos, que tem maioria no Sacro Colégio, hajam de qualquer maneira prejudicado o exercício da "função internacional" da Igreja Católica. Pelo contrário, tem concorrido de modo admirável para o esplendor e eficácia do governo pontifício;

3) o assunto, envolvendo matéria complexa, será de qualquer maneira bem resolvido pelo Pontífice, em cuja prudência, sabedoria, zelo os fiéis - que, diga-se de passagem, se sentem perfeitamente felizes com a maioria italiana de cardeais em Roma - confiam sem reservas nem restrições.