Legionário, N.º 620, 25 de junho de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Do "Estado de São Paulo" de domingo pp. transcrevemos a seguinte noticia:

"JUSTIÇA MILITAR - Roberto Henrique Sisson, ex-oficial da marinha, foi condenado por ter tomado parte nas atividades da extinta Aliança Nacional Libertadora. Do grupo dessa aliança que foi condenado, inclusive o seu presidente, comandante Hercolino Cascardo, foram todos absolvidos e restava apenas o comandante Sisson embargar o acórdão de sua condenação pelo crime do art. 20 da lei 38 de 4/04/1935 datado de 13 de setembro de 1937, o que fez, calcando sua defesa nos argumentos que deram liberdade aos seus companheiros de ideais componentes do referido grupo. Ontem o Supremo Tribunal Militar, por intermédio dos Ministros Pacheco de Oliveira e Cardoso de Castro, respectivamente, relator e revisor, recebeu os embargos opostos absolvendo assim por unanimidade de votos o comandante Sisson. O general Silva Júnior, Presidente do Supremo Tribunal, mandou imediatamente fazer as devidas comunicações a respeito."

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Em um artigo publicado na "União" de 11/6/44, por S. Excia. Revma., o Sr. Dom Manuel Nunes Coelho, Bispo Diocesano do Aterrado, lemos depois de numerosas e encomiásticas considerações sobre aquele benemérito jornal católico, as seguintes palavras, que profundamente nos sensibilizaram: "Do mesmo modo que a "A União" no Rio, em São Paulo se destaca o LEGIONÁRIO, sob a sábia, firme e patriótica direção de Plinio Corrêa de Oliveira, como sentinela avançada contra as tenebrosas maquinações dos inimigos de Deus, da Igreja e da Pátria." E mais adiante acrescenta o ilustre Prelado: "Quanto sentimos que jornais de têmpera e do quilate destes não sejam os mais preferidos, os mais propagados, os mais indispensáveis hóspedes de todos os lares cristãos".

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Desenvolvem-se, com sucesso altamente honroso para as potências aliadas, as operações militares em território francês. Altamente honroso, dizemos, não só porque os resultados obtidos tem sido sólidos e promissores, como, sobretudo, porque a obtenção desses resultados tem sido dificultada pela reação tenaz e violenta dos nazistas.

A simples leitura do noticiário telegráfico quotidiano evidência a aspereza e intensidade da luta que se vai desenvolvendo na França setentrional. De fato, as forças que o Sr. Adolf Hitler imobilizara no Ocidente para deter a investida dos anglo-saxãos, eram imensas e potentíssimas. Do contrário, não se explicaria a energia da defensiva teutônica.

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Essa observação confirma plenamente o que dizíamos em nosso último artigo de fundo. Os nazistas poderiam ter desviado para a frente oriental todos ou quase todos os recursos que imobilizaram no Ocidente. Com isto a experiência o prova na França poderiam ter retardado muito o avanço das tropas bolchevistas. Entretanto, preferiram ir cedendo terreno diante do rolo compressor bolchevista, para que os louros da vitória não coubessem às nações do Ocidente. Os louros da vitória, sim. Porque há uma grande diferença entre a vitória e os louros do vencedor. É a popularidade que confere hoje os louros da vitória. Ora, a popularidade só pode recair sobre aqueles que conquistam os êxitos espetaculares que a opinião pública discerne facilmente. Esses êxitos, o nazismo, vendo-se perdido, os preferiu proporcionar aos inimigos do Oriente que aos do Ocidente, aos bolchevistas, que aos democratas. Toda a influência que a URSS possa ter depois da guerra tem um responsável capital: o Sr. Adolph Hitler.

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Falando certa vez da atitude da imprensa perante o comunismo, o Santo Padre Pio XI denunciou a "universal conspiração" em virtude da qual raramente se publicavam todas as atrocidades cometidas pelos bolchevistas. Lembramo-nos invencivelmente dessa "universal conspiração" vendo o silêncio absoluto de inúmeros órgãos de imprensa de todos os tipos, matizes e feitios, que parecem não ver essa manobra do nazismo.

Entretanto, a coisa é tão simples de se ver! Os nazistas resistem vigorosamente aos aliados, na França. Ora, os aliados dispõem de forças muito importantes. Logo, a reação contra essas forças só pode ser vigorosa se desenvolvida por forças também importantes. Ora, se os nazistas imobilizaram forças importantes para esperar os aliados no Ocidente, é claro que combateram os russos com exércitos desfalcados das "forças importantes" que estavam imóveis na França. Logo, de fato todo o peso das tropas bolchevistas se atirou contra um adversário desfalcado de forças importantes. O Sr. Hitler, quando recuava diante dos bolchevistas sabia, portanto, qual o meio de intensificar sua resistência contra o rolo compressor russo: era reintegrar em seus exércitos orientais as "forças importantes" que estavam imóveis no Ocidente. Não o quis fazer. Logo, preferiu a vitória russa a um êxito aliado. Há coisa mais clara?

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Os bolchevistas deveriam estar cônscios do inestimável serviço que nossos aliados anglo-saxãos lhes prestaram com isto tudo. Pelo contrário, entretanto, a propaganda bolchevista anda rosnando por toda a parte contra os aliados, insinuando que só a URSS tem obtido êxitos militares reais, e que isto prova a superioridade do regime bolchevista.

E, ao mesmo tempo, enquanto esperávamos uma investida em regra dos bolchevistas contra os nazistas, alvejando diretamente a fronteira teutônica, o que vemos? As hostes do "camarada" Stalin, em lugar de se atirarem contra o colosso nazista, perdem tempo em estrangular a formiga finlandesa.

Expliquem isto, se puderem, os que se empenham em ver no bolchevismo o inimigo " 1" do nazismo, e vice-versa.