Do "Estado de São Paulo" de domingo pp.
transcrevemos a seguinte noticia:
"JUSTIÇA MILITAR - Roberto
Henrique Sisson, ex-oficial da marinha, foi
condenado por ter tomado parte nas atividades da extinta Aliança Nacional
Libertadora. Do grupo dessa aliança que foi condenado, inclusive o
seu presidente, comandante Hercolino Cascardo, foram todos absolvidos e restava apenas o comandante Sisson embargar o acórdão de sua condenação pelo crime do
art. 20 da lei 38 de 4/04/1935 datado de 13 de setembro de 1937, o que fez,
calcando sua defesa nos argumentos que deram liberdade aos seus companheiros de
ideais componentes do referido grupo. Ontem o Supremo Tribunal Militar, por
intermédio dos Ministros Pacheco de Oliveira e Cardoso de Castro, respectivamente, relator e revisor, recebeu os embargos
opostos absolvendo assim por unanimidade de votos o comandante Sisson. O general Silva Júnior, Presidente do Supremo Tribunal, mandou imediatamente
fazer as devidas comunicações a respeito."
* * *
Em um artigo publicado na "União" de
11/6/44, por S. Excia. Revma.,
o Sr. Dom Manuel Nunes Coelho, Bispo Diocesano do Aterrado, lemos depois de numerosas e encomiásticas considerações
sobre aquele benemérito jornal católico, as seguintes palavras, que
profundamente nos sensibilizaram: "Do mesmo modo que a "A União"
no Rio, em São Paulo se destaca o LEGIONÁRIO, sob a sábia, firme e patriótica
direção de Plinio Corrêa de Oliveira, como sentinela avançada contra as tenebrosas maquinações
dos inimigos de Deus, da Igreja e da Pátria." E mais adiante acrescenta o
ilustre Prelado: "Quanto sentimos que jornais de têmpera e do quilate
destes não sejam os mais preferidos, os mais propagados, os mais indispensáveis
hóspedes de todos os lares cristãos".
* * *
Desenvolvem-se, com sucesso altamente honroso para
as potências aliadas, as operações militares em território francês. Altamente
honroso, dizemos, não só porque os resultados obtidos tem sido sólidos e
promissores, como, sobretudo, porque a obtenção desses resultados tem sido
dificultada pela reação tenaz e violenta dos nazistas.
A simples leitura do noticiário telegráfico
quotidiano evidência a aspereza e intensidade da luta que se vai desenvolvendo
na França setentrional. De fato, as forças que o Sr. Adolf
Hitler imobilizara no
Ocidente para deter a investida dos anglo-saxãos, eram imensas e potentíssimas. Do contrário, não se explicaria a energia da
defensiva teutônica.
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Essa observação confirma plenamente o que dizíamos
em nosso último artigo de fundo. Os nazistas poderiam ter desviado para a
frente oriental todos ou quase todos os recursos que imobilizaram no Ocidente.
Com isto a experiência o prova na França poderiam ter
retardado muito o avanço das tropas bolchevistas. Entretanto, preferiram ir
cedendo terreno diante do rolo compressor bolchevista, para que os louros da
vitória não coubessem às nações do Ocidente. Os louros da vitória, sim. Porque
há uma grande diferença entre a vitória e os louros do vencedor. É a
popularidade que confere hoje os louros da vitória. Ora, a popularidade só pode
recair sobre aqueles que conquistam os êxitos espetaculares que a opinião
pública discerne facilmente. Esses êxitos, o nazismo, vendo-se perdido, os
preferiu proporcionar aos inimigos do Oriente que aos do Ocidente, aos
bolchevistas, que aos democratas. Toda a influência que a URSS possa ter depois da
guerra tem um responsável capital: o Sr. Adolph Hitler.
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Falando certa vez da atitude da imprensa perante o
comunismo, o Santo Padre Pio XI denunciou a
"universal conspiração" em virtude da qual raramente se publicavam
todas as atrocidades cometidas pelos bolchevistas. Lembramo-nos invencivelmente
dessa "universal conspiração" vendo o silêncio absoluto de inúmeros
órgãos de imprensa de todos os tipos, matizes e feitios, que parecem não ver
essa manobra do nazismo.
Entretanto, a coisa é tão simples de se ver! Os
nazistas resistem vigorosamente aos aliados, na França. Ora, os aliados dispõem
de forças muito importantes. Logo, a reação contra essas forças só pode ser
vigorosa se desenvolvida por forças também importantes. Ora, se os nazistas
imobilizaram forças importantes para esperar os aliados no Ocidente, é claro
que combateram os russos com exércitos desfalcados das "forças
importantes" que estavam imóveis na França. Logo, de fato todo o peso das
tropas bolchevistas se atirou contra um adversário desfalcado de forças importantes.
O Sr. Hitler, quando recuava diante dos bolchevistas
sabia, portanto, qual o meio de intensificar sua resistência contra o rolo
compressor russo: era reintegrar em seus exércitos orientais as "forças
importantes" que estavam imóveis no Ocidente. Não o quis fazer. Logo,
preferiu a vitória russa a um êxito aliado. Há coisa mais clara?
* * *
Os bolchevistas deveriam estar cônscios do
inestimável serviço que nossos aliados anglo-saxãos lhes prestaram com isto
tudo. Pelo contrário, entretanto, a propaganda bolchevista anda rosnando por
toda a parte contra os aliados, insinuando que só a URSS tem obtido êxitos
militares reais, e que isto prova a superioridade do regime bolchevista.
E, ao mesmo tempo, enquanto esperávamos uma
investida em regra dos bolchevistas contra os nazistas, alvejando diretamente a
fronteira teutônica, o que vemos? As hostes do "camarada" Stalin, em lugar de se atirarem contra o colosso nazista, perdem
tempo em estrangular a formiga finlandesa.
Expliquem isto, se puderem, os que se empenham em
ver no bolchevismo o inimigo "nº 1" do
nazismo, e vice-versa.