Legionário, N.º 605, 12 de março de 1944

7 DIAS EM REVISTA

Registramos com respeitoso aplauso a atitude de Sua Eminência o Senhor Cardeal Villeneuve, Arcebispo de Quebec no Canadá, e de S. Excia. Revma. Monsenhor Spellman, Arcebispo de Nova York, que exprimiram de modo público e oficial a sua inteira adesão as palavras augustas do Santo Padre Pio XII, gloriosamente reinante, acerca do problema da integridade de Roma, Bispado de São Pedro, e particularmente do Vaticano, sede do governo da Santa Igreja de Deus.

Sua Eminência o Cardeal Villeneuve manifestou-se em nome próprio e no de todo o Venerando Episcopado Canadense.

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O "Estado de São Paulo" publicou há dias o seguinte telegrama do Rio de Janeiro:

"Foi dirigida ao DASP pelo Departamento de Serviço público do Estado do Rio a seguinte consulta:

1º) - Se a mulher servidora do Estado tem direito ao salário família, sendo o marido estranho aos quadros de servidores;

2º) - Se o servidor pode relacionar seus filhos adulterinos?

Como fazer a prova?

Em resposta, a Divisão de Orientação e Fiscalização do DASP declarou que se o decreto 5.976 inclui os filhos de qualquer condição e portanto os adulterinos entre os dependentes, e se a lei civil estabelece em determinadas condições o vínculo de paternidade com referência aos filhos espúrios para o efeito da prestação de alimentos, é razoável que se conceda ao pai nessas condições, no caso de ser servidor público, o salário família, desde que esteja o filho às expensas e sob sua guarda, o que deverá ser apurado.

Relativamente à prova sobre que se solicita esclarecimentos, entende a D. F. do DASP que a mesma deverá ser feita na forma da lei civil.

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Segundo telegrama da "Folha da Manhã", procedente do Rio, cogita-se em certos círculos governamentais da instituição do exame pré-nupcial obrigatório.

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Aplaudimos calorosamente a atitude reservada que os governos americanos, que em sua quase totalidade vem assumindo no que diz respeito ao reconhecimento do atual governo do General Farrel. A este respeito parece-nos interessante registrar um tópico do artigo publicado pelo Sr. Smmer Weles, ex-subsecretário de Estado da América do Norte, no "Estado de São Paulo" em janeiro p.p. Diz aquele político: "O atual governo argentino é controlado por uma pequena sociedade secreta de coronéis do exército conhecida por G.O.U. (Grupo de Oficiais Unidos). Esta organização é dominada pelo Coronel Peron, moço, forte, fascista fanático, e inclinado a se tornar um ditador argentino. Seus companheiros de direção são coronel Gilbert, o ministro das Relações Exteriores que profetiza abertamente a vitória alemã, e o coronel Ramirez, chefe da polícia federal, reconhecidamente pró-nazista". O grupo a que alude o Sr. Smmer Welles tem a mais intima relação com o governo do Cel. Farret, e o Cel. Peron ocupa hoje o cargo de ministro da guerra.

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O prof. Pierre Monbelg, publicou também no "Estado de São Paulo", um artigo de que destacamos o seguinte tópico, extraordinariamente real e oportuno: "...Chegou-se assim a uma situação exteriormente paradoxal: vários soberanos, refugiados em terra estrangeira, dos quais alguns são muito contestados pelos patriotas de seus próprios países, continuam a ser oficialmente reconhecidos como os únicos governos legais pelas Nações Unidas; em compensação, o governo francês, fixado em solo francês, tendo recebido o apoio reiterado dos grupos de resistência francesa, somente discutido pelo pequeno punhado dos Quislings de Vichi, continua colocado numa posição inferior". Urge o reconhecimento do General de Gaulle para que a França possa retomar prontamente na política internacional e na reorganização cultural e social de post-guerra sua situação primitiva, para o bem da Santa Igreja e da latinidade.