Do esplêndido boletim informativo da “National Welfare Conference”, recebemos a seguinte notícia que merece todo o
destaque:
"Londres, fevereiro, 13, NC. Clifton Webb, correspondente de guerra do London Daily Herald
escreveu que sua opinião definitiva é que os dias do Mosteiro de Monte Cassino, berço da Ordem Beneditina, estão contados.
"Os artilheiros Aliados, escreve o Sr. Webb, têm sido cuidadosíssimos em
evitar disparos contra os edifícios, mas as informações que acabam de ser
recebidas por meio de um civil italiano evidenciam que os alemães já destruíram
em seu interior o Mosteiro dinamitando-o para melhor ajustar sua estrutura a de
uma fortaleza.”
Esta notícia, anterior ao bombardeio de Monte
Cassino, constitui importante elemento para esclarecer o ocorrido, e confirmar
a idéia que nosso público deve ter dos processos nazistas.
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Duas notícias telegráficas desta semana mereceram
especial atenção: a Suíça reatará relações
com os sovietes; Benes acha que toda a
Europa deverá fazê-lo.
Imagine-se no que dará haver em cada capital
européia 16 legações das 16 repúblicas soviéticas "autônomas", cada
uma um foco de propaganda bolchevista?
Deve-se tratar com os sovietes. Deve-se até
colaborar com eles nos termos em que, por exemplo, o Brasil colabora: atacamos
um inimigo comum, e neste sentido temos alguma relação, mas não queremos saber
destes agitadores entre nós. A posição política do Brasil é perfeita perante a
URSS e não vemos razões por que outros povos
europeus, que têm tido até aqui igual conduta, não hajam de permanecer nela.
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Continua a agitação árabe. Desta feita, o mundo muçulmano
obteve mais um brilhante êxito, evitando a criação de um estado hebraico na
Palestina. O Irã, o Egito, outros elementos muçulmanos protestaram com tanto
vigor contra a idéia, que ela caiu.
E nós, católicos, assistimos a luta, vemos
muçulmanos e judeus disputarem entre si um lugar que deveria ser única e
exclusivamente nosso, e por cuja posse se fizeram as Cruzadas.
A regra das coisas deste mundo é invariavelmente
esta. Para os míopes, os homens de visão normal passam por visionários. Já nos
chamaram tantas vezes de visionários até que a evidência rotunda dos fatos
impusesse silêncio a muito míope.
Chame-nos a bancada dos míopes mais uma vez de
visionários, o problema muçulmano vai constituir uma
das mais graves questões religiosas de nossos dias, depois da guerra. [...] [A
Palestina] deve estar sob o controle de uma potência católica, o controle
francês, por exemplo, em que esteve até aqui, e o que não for isto será um
recuo para os católicos.