Graças a Deus, não foram vãos os argumentos que
invocamos contra a soltura de "sir" Oswald Mosley. A indignação que a imprudentíssima medida causou em
todos os setores da opinião britânica foi imensa. Nos debates parlamentares, a
oposição ao gesto do governo partiu não só da bancada trabalhista, como da
conservadora. Ninguém pode compreender porque levantar, precisamente neste
momento, tão grave questão.
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Com efeito, alegou-se que seria preciso tratar em
um hospital o Sr. Mosley. Neste caso, por que não o prender à vista em algum
hospital? Não será está a primeira nem a última vez que tal se faz. É
verdadeiramente surpreendente que idéia tão simples - M. de la Palisse e o Cons.
Acácio já a teriam tido mil vezes - não ocorresse aos responsáveis pela
detenção de Mosley. Mais um enigma a ser colocado ao lado de outro: o do Sr.
Rudolph Hess.
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Mas há um
mistério que não é mistério. É o do Sr. Pétain. Com grande orquestração prévia, está se preparando uma
reabilitação do velho Marechal. Agora, ao apagar das luzes, quando a cooperação
com o III Reich só lhe pode ser
onerosa, ele se lembra de brigar com os nazistas. Estes, apesar de sua
conhecida ferocidade, deixam-no fazer tudo quanto entende, e tomar as atitudes
as mais "altivas". Agências telegráficas noticiam o fato para o mundo
inteiro. Quem lucra com isto? A França? De modo nenhum. A reação francesa
contra os ocupantes será tanto mais enérgica quanto menos se acreditar em
Vichi. Ora, quanto mais se acredita que Vichi está reagindo, tanto mais se
obedecerá em território francês a Vichi. A Alemanha contente nestes
boatos que confirmam o prestígio de seu títere. E, por outro lado, o Sr.
Pétain, prestando este pequeno serviço aos seus aliados nazistas, prepara ao
menos alguma popularidade entre os franceses favoráveis à reação e contrários à
colaboração. É o que o Evangelho chama "fazer amigos com as riquezas da iniquidade".
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Julgamos, pois, de toda importância acentuar que o
governo do Sr. De Gaulle já manifestou seu
inteiro cepticismo quanto a essa "conversão" de Pétain, o que a
opinião pública bem orientada deve achar absolutamente sensato.