“Religião e Guerra", conhecida folha volante
de propaganda pró-aliados, acaba de publicar uma
notícia sumamente importante para os que se ocupam de problemas missionários.
Informa-nos aquela folha que o "Osservatore
Romano", órgão oficioso da Santa Sé, acaba de declarar que Ghandi constitui o maior
obstáculo à expansão católica na Índia e isto por dois
motivos: primeiramente, porque o Mahatma desencadeou
em sua infeliz pátria um movimento tão detestavelmente nacionalista que criou
ambiente hostil à ação dos missionários estrangeiros; em segundo lugar porque Ghandi procura tornar-se cada vez mais um verdadeiro ídolo
cultuado pelos seus partidários.
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Como se vê, em outros termos, Ghandi
procura desempenhar o papel de "führer"
moderno. O "Osservatore" transcreve a
seguinte frase do famoso jejuador hindu: "Se as
missões em lugar de se limitarem a atividades simplesmente humanitárias, como
socorrer pobres, lançarem mãos de suas escolas e serviços médicos como
instrumento de proselitismo, não pode haver dúvida sobre o que acontecerá:
pedir-lhes-ei que abandonem o país". Este é o doce Ghandi.
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Certo diário desta capital trouxe novamente a baila
a questão do reatamento das relações comerciais entre o Brasil e a Rússia.
A este propósito devemos lembrar formalmente que
quaisquer argumentos de ordem econômica, aliás pouco convincentes, jamais
conseguirão levar a opinião católica a se conformar com o risco permanente que
significaria o funcionamento entre nós de qualquer representação soviética,
ainda que de índole puramente comercial.