Legionário, N.º 568, 27 de junho de 1943

7 DIAS EM REVISTA

“Religião e Guerra", conhecida folha volante de propaganda pró-aliados, acaba de publicar uma notícia sumamente importante para os que se ocupam de problemas missionários. Informa-nos aquela folha que o "Osservatore Romano", órgão oficioso da Santa Sé, acaba de declarar que Ghandi constitui o maior obstáculo à expansão católica na Índia e isto por dois motivos: primeiramente, porque o Mahatma desencadeou em sua infeliz pátria um movimento tão detestavelmente nacionalista que criou ambiente hostil à ação dos missionários estrangeiros; em segundo lugar porque Ghandi procura tornar-se cada vez mais um verdadeiro ídolo cultuado pelos seus partidários.

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Como se vê, em outros termos, Ghandi procura desempenhar o papel de "führer" moderno. O "Osservatore" transcreve a seguinte frase do famoso jejuador hindu: "Se as missões em lugar de se limitarem a atividades simplesmente humanitárias, como socorrer pobres, lançarem mãos de suas escolas e serviços médicos como instrumento de proselitismo, não pode haver dúvida sobre o que acontecerá: pedir-lhes-ei que abandonem o país". Este é o doce Ghandi.

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Certo diário desta capital trouxe novamente a baila a questão do reatamento das relações comerciais entre o Brasil e a Rússia.

A este propósito devemos lembrar formalmente que quaisquer argumentos de ordem econômica, aliás pouco convincentes, jamais conseguirão levar a opinião católica a se conformar com o risco permanente que significaria o funcionamento entre nós de qualquer representação soviética, ainda que de índole puramente comercial.