Combatendo insistentemente o nazismo, o “Legionário” apontou sempre, e continua a apontar, o
mal mais premente e grave a que a humanidade está exposta. Entretanto, nem por
isto deixamos de frisar constantemente, e com todo o vigor, que o comunismo, perigo momentaneamente mais remoto, também é um inimigo
capital da civilização católica, pelo que deve ser combatido sem tréguas nem
quartel. E agora, quando os feitos de armas das Nações Unidas fizeram recuar a
ameaça nazista, e prometem a definitiva debelação do mal em futuro não
distante, é tempo e muito tempo que nos volvamos para o comunismo, dispostos a
enfrentá-lo com rijeza e vigor maior.
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A propaganda comunista, antes da atual
conflagração, se fazia sob uma forma nova e especialmente eficaz: a dos "fronts populaires",
de rótulo anti-fascista genérico, que tendiam
englobar em um só movimento todos os adversários do nazismo ou do fascismo,
quaisquer que fossem suas tendências ideológicas, e abrangendo todas as gamas
da opinião pública, desde os católicos até os militantes ateus mais declarados,
desde os monarquistas tradicionalistas mais convictos, até os mais descabelados
petroleiros. Na França, sobretudo, a
manobra surtiu extraordinário êxito, e se exprimiu por duas manifestações
agudas: a ascensão do "front populaire" ao poder, com o governo Leon Blum e a "politique de la main tendue", que devia
significar a coordenação dos esforços do operariado católico e do bolchevista
contra o nazismo.
O problema da "main tendue" causou nos meios católicos
fundas divisões. Finalmente, a Santa Sé disse a palavra decisiva: não é lícito
aos católicos colaborarem com os comunistas.
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Este rijo golpe do grande e santo Pio XI, bem como posteriormente a guerra, interromperam a
manobra. Era ela, entretanto, sumamente hábil, pois que consistia em destruir
as barreiras que devem existir entre católicos e comunistas, tornando todos os
católicos presas fáceis de um movimento suspeitíssimo
como o dos "fronts populaires",
e instilando-lhes o veneno do igualitarismo anárquico do bolchevismo, segundo
processo homeopático eficacíssimo.
Agora, a manobra renasce. O "Camarada Stalin" já insinuou em sua carta à Agência "Reuters" que deposita as maiores esperanças nos
grandes movimentos ideológicos de sentido igualitário e nivelador que em todos
os países aliados lentamente se organizam. E, com isto, mostrou claramente que
a Rússia espera intensificar seu movimento confusionista, criando novas e vastas "frentes
populares" no mundo inteiro. Simplesmente, para melhor iludir, já não se
limita a ocultar o caráter bolchevista destas "frentes": vai mais
longe. Oculta a existência da III Internacional. E ilude assim os incautos, cujo número é infinito
segundo diz a Escritura: "stultorum infinitus est numerus".
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O comunismo era uma heresia declarada. Ao menos sob
este ponto de vista não era tão nocivo. Agora, no único ponto em que podia
piorar coisa tão péssima, piorou o comunismo. Também ele diz hoje em dia:
"não existo".