Falamos hoje, em nosso artigo de fundo,
acerca de jejuns e mortificações, dizendo que elas
podem fazer parte da vida espiritual de um homem, porém não são a essência da
vida espiritual. E, instintivamente, nosso pensamento se voltava para o Sr. Ghandi cujo exemplo ilustra perfeitamente o que dizemos.
Com efeito, jejuar não é bom senão na
medida em que esta prática nos ajuda à formação de virtudes em nós, e ao
combate de defeitos. Implicitamente, jejuar por vaidade, por exibicionismo, por
mau humor não é virtude. É mau gosto. E, muitas vezes, é hipocrisia. Haja vista
o que dos fariseus disse Nosso Senhor.
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Cessou o jejum do Sr. Ghandi.
Por que? Porque ninguém se importou mais com o fato. Ameaçou matar-se de
inanição. Ninguém se incomodou com essa pseudo catástrofe, que na realidade só
seria catástrofe porque o suicídio é um crime e todo crime é uma catástrofe. E,
na indiferença geral, por entre risotas e escárnio, o Sr. Ghandi
voltou ao regime normal.
O exemplo do Sr. Ghandi
bem mostra que já passou graças a Deus a era do sentimentalismo político, que,
só ele, poderia explicar o interesse mundial provocado pelos espetaculares
jejuns já anunciados pelo Sr. Ghandi em outras
ocasiões.
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Folgamos em registrar a seguinte declaração do
Sr. Eden, transmitida por um telegrama da Agência Reuters, e recentemente feita na Câmara dos Comuns da
Grã-Bretanha:
“Passando a outro assunto, o Sr. Eden declarou ainda que o Vaticano tem dado considerável
auxílio aos prisioneiros ingleses de guerra, fazendo em seguida a seguinte
declaração:
“O Vaticano tem prestado o maior auxílio
moral e material possível aos nossos prisioneiros de guerra que se encontram na
Itália e no Extremo Oriente. Assim, os esforços humanitários desenvolvidos pelo
Vaticano, nesse sentido, devem ser e têm sido grandemente apreciados pelo nosso
governo”.
É bom que se reconheça em todos os países
os inestimáveis benefícios que o mundo contemporâneo deve a Pio XII.
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Uma vistosa reportagem do
"Diário da Noite" deu a conhecer o funcionamento de um Centro Espírita Ismênia
de Jesus, em Santos, que diz distribuir diariamente alimento a 300 pobres.
Não sabemos se é real a estatística, não sabemos quem foi essa "Ismênia", tutelar do Centro.
O que é certo, porém, é que
notícias tais devem sempre suscitar em nós a reflexão de que as obras que
alimentam corpos mortais, mas arrastam à apostasia, e portanto, à morte
espiritual [das] almas eternas, não são na realidade obras benfazejas. O bem
que elas fazem só serve de engodo para o mal. E, portanto, não deve ser apoiado
pelos católicos.