Legionário, N.o 546, 24 de janeiro de 1943

7 DIAS EM REVISTA

Por ocasião das grandes e expressivas comemorações em boa hora promovidas pelo Governo do Estado para celebrar esta data central e culminante da história do Brasil que é a fundação de São Paulo, certamente se relembrarão as benemerências dos primeiros missionários a que nossa terra deve sua origem.

Entretanto, é indispensável que estas referências retrospectivas não tenham caráter meramente platônico. Anchieta, Nóbrega e Manoel de Paiva não fundaram esta grande cidade com o principal intuito de que se transformasse na pujante metrópole que é hoje. Quiseram, acima de tudo e antes de tudo, trabalhar pela salvação das almas, fazendo de São Paulo uma inexpugnável cidadela do catolicismo. É isto que não devemos perder de vista.

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Também não devemos ter a impressão de que se extinguiu a estirpe espiritual dos Nóbregas e Anchietas. Ela vive no coração de todos os sacerdotes que evangelizam nossa terra. E, sobretudo, ela se perpetua nos missionários de nossos sertões, para os quais se devem voltar, particularmente nesta semana, nossa gratidão.

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E já que tratamos da festa de São Paulo, lembremo-nos de que o público deve apoiar com toda a sua generosidade a campanha pelas obras da Catedral, para a qual o incita o Ex.mo Rev.mo Sr. Arcebispo.

Nesta ocasião, gostam nossos jornais de comparar as pequeníssimas choupanas da primitiva aldeia jesuíta com os grandes arranha-céus de hoje. Possam eles, dentro de um futuro não muito remoto, comparar as magnificências de nossa admirável Catedral com a humilde capela, em torno da qual São Paulo nasceu.