Por ocasião das grandes e
expressivas comemorações em boa hora promovidas pelo Governo do Estado para
celebrar esta data central e culminante da história do Brasil que é a fundação
de São Paulo, certamente se relembrarão as benemerências
dos primeiros missionários a que nossa terra deve sua origem.
Entretanto, é indispensável que
estas referências retrospectivas não tenham caráter meramente platônico.
Anchieta, Nóbrega e Manoel de Paiva não fundaram esta
grande cidade com o principal intuito de que se transformasse na pujante
metrópole que é hoje. Quiseram, acima de tudo e antes de tudo, trabalhar pela
salvação das almas, fazendo de São Paulo uma inexpugnável cidadela do
catolicismo. É isto que não devemos perder de vista.
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Também não devemos ter a impressão
de que se extinguiu a estirpe espiritual dos Nóbregas
e Anchietas. Ela vive no coração de todos os
sacerdotes que evangelizam nossa terra. E, sobretudo, ela se perpetua nos
missionários de nossos sertões, para os quais se devem voltar, particularmente
nesta semana, nossa gratidão.
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E já que tratamos da festa de São
Paulo, lembremo-nos de que o público deve apoiar com toda a sua generosidade a
campanha pelas obras da Catedral, para a qual o incita o Ex.mo Rev.mo Sr.
Arcebispo.
Nesta ocasião, gostam nossos
jornais de comparar as pequeníssimas choupanas da primitiva aldeia jesuíta com
os grandes arranha-céus de hoje. Possam eles, dentro de um futuro não muito
remoto, comparar as magnificências de nossa admirável
Catedral com a humilde capela, em torno da qual São Paulo nasceu.