Consideramos digna da maior atenção a
emissão da Rádio Vaticana de que o Santo Padre, desejando embora a paz, não é
partidário de uma paz incondicional.
Significa isto, em outros termos, que não estão
com o espírito da Igreja as pessoas que vêm como supremo mal da guerra as
catástrofes, aliás incomensuráveis que a morte, os ferimentos, as destruições e as tragédias morais de toda a espécie,
acarretam consigo.
Ninguém compreende melhor do que o Santo
Padre a intensidade pungente de tantos sofrimentos.
Para os mitigar, o Papa reza e ordena
verdadeiras cruzadas de oração. Além disso, por meio de um vasto serviço de
permuta de informações concorre quanto possível para atenuar esta dolorosíssima situação.
Mas a despeito disso, a posição da Santa
Sé continua inflexível: não é nisto que consiste o maior mal da guerra.
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Afirmou, com efeito, Santo Agostinho que
todos estes males da guerra se cifram em destruir existências mortais, em
roubar bens terrenos e em provocar dores que, por mais profundas que sejam,
cessarão com esta vida.
Muito mais terrível do que isto, afirmava
o Santo Doutor, é o pecado que produz males eternos.
É nisto que pensa o Papa quando afasta de
si a responsabilidade por uma paz incondicional.
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Queiram-no ou não o queiram os míopes,
esta guerra afeta a fundo a civilização cristã. Ela põe em jogo princípios,
instituições, costumes tão fundamentais, que, de seu êxito dependerá, em larga
escala, a fisionomia da civilização do futuro.
Ora, ninguém ignora que uma conformação
cristã ou anti-cristã da sociedade futura poderá
afetar, do modo mais sensível, a salvação de um número incalculável de almas.
É nisto, sobretudo, que deve pensar e
pensa o Santo Padre. Assim como as coisas do Céu sobrepujam infinitamente em
valor as da terra, assim também as da alma superam incomensuravelmente as do
corpo.
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Erram, pois, aqueles que afirmam não haver
qualquer caráter ideológico na presente guerra. Ainda recentemente o Sr.
interventor Fernando Costa concedia à imprensa uma entrevista em que declarava
que o Brasil entrou em guerra a fim de defender os princípios da civilização
cristã. É a defesa destes princípios que, antes de tudo, e acima de tudo deve
empolgar os verdadeiros católicos.
Nunca seria suficiente acentuar, aliás,
que, com estes princípios se identificam os melhores e mais sagrados interesses
de nossa pátria.
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Merece o mais elogioso registro a portaria
em que o Dr. Trasybulo Pinheiro de Albuquerque da
comarca desta capital proibiu o ingresso dos menores de 18 anos nos estúdios e
outras dependências das estações de rádio difusão.
Todas as medidas destinadas a amparar a
moralidade da juventude e da infância, encontrarão na opinião católica o mais
decidido e constante apoio.