Legionário, N.º 542, 27 de dezembro de 1942

7 DIAS EM REVISTA  

Merece o maior destaque as declarações do Sr. Leon Mouradato, um dos mais eminentes dirigentes de sindicatos católicos na França, acerca da situação interna de seu país.

O Sr. Mouradato abandonou a França clandestinamente, há pouco tempo, em companhia do General de La Vigerie, e declarou ser seu propósito juntar-se às tropas dos franceses livres, sob o comando do General De Gaulle.

Ao mesmo tempo, exprimiu toda a indignação dos católicos franceses contra o acordo em conseqüência do qual o Sr. Darlan continuava a dirigir grande parte da África Francesa.

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O mundo inteiro se enche de admiração ante a extraordinária coragem com que o episcopado alemão continua a lutar contra o nazismo.

No dia 10 pp. transmitiu-nos a imprensa diária a notícia de mais uma Carta Pastoral dos Bispos Alemães condenando toda política religiosa, racial e social do nazismo.

Enquanto certos espíritos fracos e pouco perspicazes julgam que não se pode negar o preito de certa admiração a triste coragem com que os dirigentes de Berlim põem a ferro e fogo a Europa, é para a esplêndida e gloriosa coragem do Episcopado Alemão que deve ir toda a nossa admiração.

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Com efeito, aos mais celerados dentre os bandidos não faltam coragem, e isto não obstante não devemos admirar seu denodo. Não é nobre que o homem despreze sua vida senão quando lhe sobrepõem valores mais altos. Por isto é nobre a coragem dos mártires. Mas quando um homem se deixa de tal maneira escravizar pelo desregramento de suas paixões que para satisfazê-las não duvida em lançar à guerra todo um continente, e expor a sua própria vida, ele subordina sua existência e até seus semelhantes a valores inteiramente negativos, pelo que incide em uma insuportável desordem moral e só merece censura.

É esta a triste coragem dos neopagãos de nossos dias.

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Não desarmam os nossos adversários.

Ainda recentemente o Diário Oficial publicou os estatutos de um "Hospital Astral Francisco de Carvalho" pertencente a "seara espírita" de Santos.

Sendo conhecidíssimo os efeitos nefastos do espiritismo sobre a sanidade psíquica e até física de seus adeptos seria de desejar-se que fosse fechado o Hospital Astral.