Sempre sustentamos que os aspectos políticos do
nazismo, por mais tristemente importantes que sejam, são secundários dentro do
plano geral da ideologia presentemente adotada no III Reich. Com efeito, toda a
atividade política, econômica e militar do nazismo está subordinada a
suas intenções religiosas, que consistem formalmente na extinção da Igreja
Católica [...] e de tudo enfim que possa lembrar, no mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Intento vão, intento louco, intento criminoso, que bem demonstra que o Sr.
Hitler é o continuador
genuíno dos Enciclopedistas que, com Voltaire à
testa, tinham por norma écraser l’infâme... l’infâme era,
para esses homens, a Santa Igreja de Deus!
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Estas considerações poderão parecer descabidas e
fantasiosas às pessoas afetadas pela miopia moderna, que vê pouco, vê mal, e
sobretudo não vê longe, pelo que tomou o hábito de analisar as coisas pelos
seus aspectos mais baixos e imediatos. É a isto que se chama realismo.
Entretanto não é isto senão a mutilação da realidade. Pensar que o nazismo pode
ser explicado simplesmente por razões humanas e interesseiras é um erro
flagrante. O nazismo é antes de tudo, acima de tudo, e essencialmente uma
grande heresia.
Disto dá um valioso testemunho um escritor que está
longe de participar de nossos pontos de vista no tocante a certas questões
religiosas. Escrevendo no “Estado de São Paulo”, Philip
Carr afirmou que a
“perseguição alemã aos católicos poloneses revelou uma ferocidade calculada,
que é dificilmente acreditável em um povo que se presa de civilizado. Esses
católicos não foram apenas perseguidos como poloneses e, banidos ou
assassinados com milhões de seus concidadãos, mas foram perseguidos
especificamente como católicos”.
Especificamente como católicos: é esta a realidade.
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O mesmo articulista insere em seu trabalho esta
informação significativa: “O relatório apresentado ao Papa pelo Cardeal Hlond afirma que a sua
catedral foi transformada em garagem e sua capela em salão de baile, que todo o
patrimônio da Igreja foi confiscado e os mais eminentes católicos foram
executados”.
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Os fracassos recentes dos nipônicos no Extremo-Oriente tornam menos
alarmante o perigo de uma revitalização do paganismo naquelas regiões.
Entretanto, ainda continua importante o problema da posição assumida pelos
católicos do Extremo-Oriente perante os
acontecimentos políticos dramáticos que ali se desenrolam.
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É com maior prazer que damos uma notícia oficial
sobre a atitude de nossos irmãos na Fé, os católicos hindus, publicada no
"Mensageiro Católico" de Ceilão, e que é um verdadeiro monumento de senso católico:
1) apoio incondicional dos católicos em favor do
esforço de guerra britânico;
2) liberdade para a Índia, mas não presentemente, dado que há reais dificuldades
para a realização dessa liberdade, e essas dificuldades precisam ser
previamente removidas;
3) em qualquer nova constituição, os direitos dos
cristãos precisam ser salvaguardados tanto quanto o das maiorias pagãs.